sábado, 31 de julho de 2010

Segunda Ilustração


Depois de uma longa pausa nas postagens, estou voltando a atividade. Alguns problemas familiares que precisavam ser resolvidos, mas agora estou de volta.

Para reinaugurar o blog, a mais nova ilustração de A Maldição Yamada. Feita pela minha ilustradora preferida, Ana. A ilustração foi inspirada no primeiro capítulo do livro.

Aproveitem!

domingo, 27 de junho de 2010

Mephisto

Postagem mais longa para compensar os atrasos =p

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 3 de julho de 2010.



Neste dia Brad conheceu Joanne. Eles conversaram bastante no chat e trocavam e-mails. Depois de duas semanas conversando resolveram se conhecer. Marcaram um encontro num parque da cidade. Brad adorava conversar com Joanne. Ela parecia entendê-lo, como se fosse a outra parte dele. Brad falava de tudo com ela, desde contar seus problemas até falar sobre Mary. Joanne era uma garota meio depressiva, mas adorável. Os dois se ajudavam mutuamente e estavam ansiosos por se conhecerem.
Brad agora com seus dezessete anos, estava de cabelos longos, seus olhos eram ainda mais verdes. Brad não era muito atlético, mas tinha seus músculos. Media 1,72 e pesava pouco mais de 57 quilos. Vestia-se como queria. Não dava importância para combinação de cores, estilos, ou mesmo moda. Exceto quando estava “trabalhando.” Nestes casos Brad vestia-se geralmente com ternos ou sobretudos, arrumava os cabelos com elegância. Por baixo das roupas levava sempre pistolas, submetralhadoras, facas e outros instrumentos de trabalho. Brad não se orgulhava do que fazia, mas tratou de ser o melhor.
Ao chegar ao parque, Brad sentou-se em um banco e ficou esperando sua nova amiga chegar. Quando se encontrou com Joanne, ficou extasiado. Aquela só podia ser uma imagem divina. Era uma bela jovem de cabelos muito longos e ruivos. Seus olhos castanhos como amêndoas, reluziam ao sol. Sua boca rósea lembrava um pequeno coração. Sua pele era clara como a neve. Joanne não era muito alta e 5 anos mais nova. Brad não se importava com isso. Havia retirado uma linda sereia de um mar cheio de tubarões.
Os dois conversaram durante horas. Dentro de poucos dias estavam namorando. Brad conseguiu acabar com a depressão de Joanne. Ela admirava-o cada vez mais. O amor dos dois crescia a cada dia. Joanne ajudava Brad a cuidar de Mary. Depois de três meses Brad resolveu contar a Joanne sobre sua profissão. Brad marcou então um jantar no dia de seu aniversário de namoro. Preparou uma noite bem romântica e ficou treinando como ia dizer que era um assassino para Joanne.
No horário marcado ela chegou. Brad abriu a porta. Ela estava linda. Nunca a tinha visto tão bela. Usava um vestido vermelho, estava com uma trança no cabelo e um brilhante batom vermelho. Brad fez Joanne entrar e serviu o jantar. Sem querer deixou a tv ligada durante o jantar e justo quando abriu a boca para falar sobre sua vida secreta, o noticiário anuncia a morte de um investigador na noite passada. O investigador foi morto por uma bala do rifle preferido de Brad.
- Que horror!
- Como?
- Eu disse, que horror! Como uma pessoa pode matar a outra?
- Ora, são coisas que acontecem.
- Coisas que acontecem? Quem dá o direito a uma pessoa de decidir quem vive e quem morre?
- Ninguém. Mas... Veja bem... Às vezes estas pessoas são obrigadas a fazerem isso. Não tem alternativa. E, às vezes precisam fazer isso para salvarem as pessoas que amam.
- Mesmo assim, Brad. Nada justifica. Eu jamais faria algo assim e esses assassinos me enojam.
- Er... Bem! Que tal se eu desligasse a tv e parássemos de falar nisso? É uma noite especial.
- Eu concordo. Te amo, Brad!
- Também te amo, querida.
Brad desligou a tv. Fica na sala mais uns instantes pensativo e depois volta a mesa. Depois do jantar, os dois bebem um copo de vinho e vão se deitar. Depois de fazerem amor, Joanne deita-se no ombro de seu amado e adormece. Brad, porém, não consegue dormir. O noticiário havia anunciado mais do que um de seus assassinatos. Ele teria que tomar uma decisão muito difícil.
Brad levantou-se da cama e foi até a janela olhar as estrelas. Alguns minutos ali e Brad começou a lembrar de quando era criança. Lembrou-se das noites em que deitava na grama da fazenda e ficava olhando o céu. Lembrou da vez em que decidiu contar as estrelas e depois das cem primeiras desistiu. Lembrou-se das noites de festa em que sua família toda se reunia e eram felizes. Um sorriso infantil brotou em seu rosto. Era uma pena as coisas terem mudado tanto. Sua família agora era completamente desunida. Estavam todos espalhados pelo país. Nas noites em que adormecia sobre a relva, Brad jamais imaginara que um dia seria um assassino frio como havia se tornado. Brad voltou-se para o lado e olhou para o rosto angelical de sua amada. Seu único pensamento no momento era de jamais magoar esta mulher. E viver com ela o resto de sua vida.
Na noite seguinte Brad foi até o Bronkx. Estava com suas duas pistolas sob o sobretudo. Tinha tomado sua decisão. Entrou no clube Fox, onde Sarah trabalhava, e foi direto a sala de Iceman. Sem bater, Brad abriu a porta e entrou. Iceman estava no telefone. Assim que Brad entrou, ele desligou.
- O que pensa que está fazendo moleque? Enlouqueceu?
Brad, sem responder, aproximou-se da mesa de Iceman, puxou as duas armas.
- O que pensa que vai fazer? Está maluco? Abaixe essas coisas!
Brad engatilhou as duas pistolas e largou-as na mesa.
- Estou fora! Arrume outro para fazer seu trabalho sujo.
- O quê? Quem você pensa que é? Eu digo quando você está fora ou não! Sua vagabunda ainda me deve, garoto!
Brad parou na porta. Seus punhos fecharam como por impulso. Num lance rápido agarrou Iceman pelo colarinho e ergueu-o a uns dez centímetros do chão.
- Torne a chamar, Mary de vagabunda e você não vai mais precisar se preocupar com os negócios. Entendeu? E agora pegue essas suas armas sujas e resolva você mesmo seus probleminhas. Não mato mais por você, seu verme!
Dito isso, Brad jogou Iceman em sua cadeira e saiu porta a fora. Despediu-se de Sarah e foi embora. Não voltaria aquele lugar de novo. Não nesta vida.

sábado, 26 de junho de 2010

Anne

Postagem com atraso. Não publiquei A Maldição Yamada na data, como o combinado, pois o livro está em edição. Desculpem o transtorno.

Aproveitem, e boa leitura! Próxima postagem em 01 de julho de 2010.



Ainda usava sua bela túnica. Tinha os cabelos escuros, longos para um menino, presos em um pequeno rabo em cima da cabeça, deixando a parte de trás solta sobre os ombros:
- Acho que procura por isto.
Estendeu o livro para a menina que ainda parecia assustada. Ao pegar o livro de suas mãos, pode senti-las um pouco calejadas. Entregou o livro e deu as costas já se retirando:
- É melhor sair logo daí. Sua amiga já não pode mais acoberta-la.
Virou-se pra trás com um terno sorriso:
- Você é muito indiscreta.
Anne olhou para o livro a seus pés e se sentiu bastante envergonhada. O garoto seguiu seu caminho, enquanto ela recolocava o livro caído na estante e se escondia entre outras próximas. Nem bem se escondeu, a bibliotecária surgiu com July em seu encalço:
- Poupe meus ouvidos de suas histórias absurdas! Eu sei que ouvi barulho por aqui. Se você esteve me distraindo para que algum de seus amigos fizesse alguma travessura você vai estar encrencada, mocinha.
Ao passaram, July foi puxada para trás de uma estante qualquer. Um murmúrio adentrou seu ouvido:
- Peguei o livro. Vamos logo embora daqui!
As duas saíram quase na ponta dos pés enquanto a velha senhora lançava suas ameaças no ar. Correram até o vestiário, pois já lhes restava pouco tempo até as aulas de educação física da tarde. Anne guardou o livro em seu armário antes de irem definitivamente até o pátio de esportes.
Conseguiram chegar a tempo, mas mesmo assim levaram uma pequena advertência do professor por serem as últimas a chegar. As duas optaram pela pratica de atletismo, pois era onde tinha menos alunos e poderiam conversar a vontade.
Anne aproveitou para contar o acontecimento da biblioteca para July:
- Mas como ele sabia?
- Eu não sei. Mas eu te disse que ele me parecia muito estranho.
As duas terminaram seus exercícios, pegaram o livro e combinaram de lê-lo só no final de semana quando poderiam estar juntas, devido ao trabalho de Anne.
A semana passou sem respostas de Vanora, ou encontros estranhos com o garoto novo. A menina estava muito preocupada com sua mãe, que pareceu estar em perigo. July havia progredido pouco na leitura do livro, mas já conseguia identificar alguns símbolos. Já estava quase na hora de ir para casa e, como combinado, a amiga já esperava em uma das mesas da lanchonete:
- Vou entregar mais este pedido e já poderei ir.
- Tudo bem. Vou guardar os livros para irmos.
Quando foi se virar, a menina acabou tropeçando e ia de encontro ao chão se não fosse à intervenção de dois braços que seguraram ela e a bandeja. Depois de conseguir se equilibrar novamente e tirar o rosto do peito de seu salvador, Anne pode ver o garoto misterioso, com um belo sorriso, segurando sua bandeja:
- Precisamos parar de nos encontrar em situações estranhas.
A menina corou. Ouviu July soltar um leve risinho e continuar a guardar os livros.
- Aqui, sua bandeja! E mais cuidado com os pés.
Pegou a bandeja e foi entregar o pedido de olho no garoto que se sentou com July. Trocou de roupa e quando voltou encontrou os dois ainda conversando. Ao avistá-la o rapaz levantou-se.
- Desculpe pela intromissão, mas eu gostaria de falar com você.
Olhou para amiga que fez um sinal positivo com a cabeça. Sentou-se ao lado dela e esperou que o rapaz começasse. Ele sentou novamente, tomou um pouco de ar e iniciou a conversa:
- Acredito que ainda não olhou o livro que lhe entreguei na biblioteca.
- Bem, ainda não...
- Imaginei. Bom mesmo que você olhe, não vai encontrar nada.
- Como assim?
- O livro está em branco. Ele não pode ser lido nesse mundo.
- Nesse mundo?
- Sim, Anne. Ou devo chamá-la de Lucine?
- Lucine? Do que está falando???
O garoto deu um longo suspiro:
- Não se faça de desentendida, você sabe do que estou falando. Eu sei tudo sobr... – repentinamente parou, como se percebesse algo que estava esquecendo – Droga, não temos tempo para isso! July preciso que você fique aqui e não saia até sua amiga voltar. Lucine venha comigo!
- Eu me chamo Anne!
- Como preferir, agora venha!
- Espere, porque está me puxando, e porque eu deveria ir com você? Eu nem o conheço.

domingo, 20 de junho de 2010

Mephisto

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 27 de junho de 2010.


Na manhã seguinte, Brad e Mary tomaram café juntos e depois foram juntos para escola. Até a hora do intervalo Brad não tinha decidido se colocaria o livro na mochila do colega ou não. Quando estava indo para o pátio na hora do intervalo, o celular de Brad tocou. Era um número desconhecido. Ao atender, Brad reconheceu a voz de seu novo amigo, Iceman.
- Olá! Olhe para o edifício verde à esquerda do pátio de sua escola.
Brad estava de frente para o edifício. O prédio tinha apenas quatro andares e ao olhar para o topo, Brad pode ver nitidamente um atirador com um rifle. Seguindo a direção da arma, Brad viu Mary conversando com umas amigas. O garoto congelou na hora. Minutos depois quando voltou a si, já estava correndo em direção a sala de Daniel com as palavras de Iceman na cabeça: "Estou de olho em você. Se a encomenda não for entregue em 10 minutos, sua amiga não dançará está noite. Vá!". Daniel não era amigo de Brad. Os dois só se conheciam de vista, nunca haviam conversado. E agora Brad está prestes a matar o garoto e sua família.
Depois de colocar o livro na mochila do garoto, Brad, hesitou diversas vezes antes de sair dá sala. Só saiu de lá quando o sinal tocou. Antes de entrar em sua sala, Brad recebeu uma segunda ligação de Iceman o parabenizando. Brad não consegue falar com ninguém pelo resto do dia. Passou toda a tarde jogado na cama com medo de ligar a televisão.
As 18h, pegou um ônibus em direção ao Bronkx. Durante o percurso, Brad ouviu, pelo rádio de uma senhora sentada ao seu lado, que a casa do policial Jack Smith havia sido destruída por uma explosão no final desta tarde. Na hora Brad gelou. Sabia que a culpa era dele. E se descobrissem? E o pior, Brad agora era um assassino. Quando chegou ao bar, Sarah levou o garoto direto à sala de Iceman. Brad foi recebido com aplausos pelo maldoso homem.
- Parabéns garoto! Não podia ter sido melhor!
Brad fechou o punho e desferiu um golpe com toda sua raiva em direção ao rosto do homem, que sem esforço nenhum segurou o braço do menino.
- Calma garoto! Está com raiva de mim? Pois saiba que isso ainda não pagou os prejuízos de sua amiguinha. Isso é só o começo.
Brad caiu em um choro agoniozo ali mesmo. Matou uma família que nem conhecia. Sem motivo algum. Simplesmente matou. O que seria de sua vida agora? Brad só achou uma alternativa.
- Muito bem. Eu continuo, mas com uma condição. Liberte Mary. Esqueça sua dívida. Eu trabalharei para você o resto de minha vida.
- Esplêndido! Aceito seu acordo. Mary está livre, sem dívida. Mas também sem drogas. Se ela quiser se drogar procure outro ponto de venda.
- Não se preocupe com isso. Eu manterei Mary longe de suas drogas imundas. Você já arruinou minha vida, não vai arruinar a dela também.
- Nobres palavras para um assassino. Anime-se garoto! Vai ver que este lado da vida não é tão ruim quanto parece.
Brad fecha o outro punho, mas desta vez não golpeia Iceman. Brad pára de chorar. Passa a noite acertando os detalhes de seu "emprego" com Iceman, que já havia tomado a liberdade de pegar seu número de celular com Mary. Brad agora era assassino de aluguel. Iria aprender a atirar, ser discreto, ser silencioso e ganharia suas próprias armas e um bom dinheiro, porém carregava todo o peso do mundo em suas costas.
Mary e Brad inventaram um namoro. Somente os dois e John sabiam que isso era só uma desculpa para que Mary fosse morar com Brad. Brad cuidava de Mary como se ela fosse sua irmã. A mãe de Brad estava cada vez mais ausente em sua vida. Brad estudava até as 15h, fazia suas atividades à tarde, cuidava de Mary e a noite ia para o Bronkx aprender a ser um assassino profissional. Mary parecia ter se recuperado da dependência. Os próximos três meses de Brad foram péssimos. Não queria se acostumar com essa vida, mas era sua única alternativa para salvar Mary. Brad já havia terminado seu treinamento e realizado umas poucas missões para Iceman.
Brad agora era um homem frio. Só mostrava emoções para Mary e John. Isto o envelhecera muito. Passou o aniversário somente com Mary, John e sua mãe. Brad agora tinha dezessete anos e já havia matado dez pessoas. Mary e John nem desconfiavam de suas atividades noturnas, mas percebiam que Brad não era mais o mesmo. Em um belo domingo de dezembro, Brad chegou em casa depois de uma missão. Estava todo sujo de sangue. Ligou o computador e foi tomar banho. Era madrugada, Mary dormira no sofá com a Tv ligada. A mãe de Brad havia se mudado para casa de seu namorado. Depois do banho Brad, resolveu falar com algumas pessoas através de um chat. Foi aí que sua vida mudou, de novo.

sábado, 19 de junho de 2010

Anne

Aproveitem, e boa leitura! Próxima postagem em 25 de junho de 2010.


Capítulo Dois



Manhã de segunda-feira. Embora tivesse seguido as instruções de sua mãe e copiado o círculo de mensagem com precisão, pois sempre fora habilidosa com desenhos, suas perguntas ainda não haviam sido respondidas. Passara o domingo todo dormindo, pois tiveram uma longa madrugada junto com July.
Ainda não tinham se visto desde então e estava com medo da reação que sua amiga poderia ter agora que sabia de seu segredo. Ao chegar a escola, pode avista-la em frente à porta de entrada para o saguão. No momento em que lhe avistou a amiga correu em sua direção:
- Anne! Que bom vê-la. Eu tenho algo para lhe contar.
Anne ainda estava um pouco atordoada. Sabia que a amizade não seria mais a mesma, mas não esperava por esta atitude da amiga; talvez só tivesse sido pessimista de mais. Antes de qualquer outra coisa, abraçou-a com tal força, que ela acabou derrubando os livros. July entendeu e retribuiu o abraço com um sorriso.
- Obrigado July! É importante para mim.
- Eu sei. Por isso cheguei à escola mais cedo e fui à biblioteca.
- O que foi fazer na biblioteca?
- Procurar uma forma de te ajudar. Encontrei uma sessão de dicionários de língua antiga. Acho que com um pouco de estudo vou começar a aprender ler aquele livro. Encontrei outro livro estranho. Ele parece muito velho e possui alguns símbolos como o seu, mas não foi por isso que me pareceu estranho.
- Então?
- Ele não é catalogado na biblioteca.
- O que isso quer dizer?
- Talvez ele também seja do mundo de sua mãe.
Seus pensamentos começaram a flutuar, mas logo foram trazidos de volta ao chão pelos cochichos que começaram a tomar o salão. Todos olhavam para porta onde entrava um estranho garoto vestindo uma túnica vermelha, que mais parecia uma veste cerimonial de alguma sociedade secreta antiga.
Embora fosse o centro das atenções, avançava pelo corredor olhando para um ponto fixo sem dar a mínima atenção para os cochichos e risadinhas sobre sua pessoa. Só mudou o foco de sua atenção ao passar em frente às duas meninas, onde parou para lançar um longo olhar em Anne. No momento em que os pares de olhos se encontraram o mundo ao redor pareceu sumir. Anne sentia-se como em um mundo vazio onde eram os únicos habitantes.
Só voltou a si quando o garoto deu um breve sorriso e voltou novamente seu olhar e andar para o fim do corredor. Como por magnetismo, seus olhos ainda acompanharam-no até que sumisse no corredor que ia na direção da sala do diretor. Ali ficou perdido por alguns momentos até que percebesse o chamado da amiga.
- Anne! ANNE!
Balançou a cabeça e olhou para July:
- Pode me explicar o que acabou de acontecer aqui?
- Desculpe, eu não sei ao certo. Mas aquele garoto há algo de estranho nele.
- Além das roupas?
- Sim. É como se algo nele me fosse familiar.
- Eu acho que você só o achou bonito.
Anne corou. July deu um grande sorriso para a amiga e pegou-a pelo braço para que seguissem para sala de aula. As aulas da manhã passaram quase despercebidas pela garota. Como se não bastasse a ansiedade por resposta e a preocupação pela forma como Vanora havia se despedido, o olhar do garoto novo não saia de sua mente.
Na hora do almoço, como já haviam combinado, as duas comeram o mais rápido que puderam para que desse tempo de ir a biblioteca. A sessão onde o livro se encontrava era bem ao fundo e era restrita aos professores. July tinha conseguido se esconder lá por poucos minutos em uma distração da bibliotecária. Por isso tinham um plano. Ela distrairia à senhora mal-humorada, enquanto sorrateiramente, Anne se infiltraria na tal sessão e pegaria o livro. Já que não estava cadastrado, certamente não sentiriam sua falta.
Quando a amiga começou a enrolar a bibliotecária, esgueirou-se para trás da estante reservada. Começou a vasculhá-la com os olhos em busca do tal livro. Tinha que ser rápida, mas não tinha idéia de como poderia ser seu alvo. Não pode contar com uma descrição de July, pois a garota estava tão nervosa que havia se esquecido disso.
Ao tirar um livro mais grosso da prateleira, para examiná-lo, deparou-se com um par de olhos verdes fitando-a. Com o susto, derrubou o pesado livro no chão. O garoto saiu então do outro lado da prateleira com um livro vermelho e dourado nas mãos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Maldição Yamada

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 23 de junho de 2010.



Depois de quase uma hora, mudando sempre o caminho para evitar ser seguido, Asashoryu chegou a sua casa, que ficava em um bairro mais afastado do núcleo urbano.
Morava no fim de uma pequena rua sem saída, que acabava bem em frente a sua saída de garagem. Era uma pequena casa de dois andares, bem simples, com um curto jardim e com o pátio dos fundos terminando em um bosque.
Morava sozinho, a não ser por sua gata de estimação: Maggie. Esta já acostumada pelas freqüentes ausências de seu dono. Só uma das duas casas vizinhas era ocupada. Por um casal de idosos que quase nunca apareciam no jardim, muito menos nas janelas, o que de certa forma, deixava o rapaz mais seguro.
Deixou a moto na garagem e entrou pela porta que levava à cozinha:
- Maggie, comida!
A gata apareceu rapidamente na cozinha e foi até seu prato que ficava ao lado da porta.
- Por sorte o tio John havia guardado um saco de ração no lugar de sempre, senão teria que se contentar com os ratos do porão.
Colocou um pouco da ração no pote da gata e o saco em cima da mesa. Foi até o telefone e ligou para a costumeira pizzaria. Foi até a sala e pegou um charuto na caixa que mantinha em cima da mesa de centro, depois voltou à garagem. Puxou uma mesa baixa, tapada com uma lona preta para mais perto da moto e logo em seguida colocou um pequeno banco entre as duas.
Abriu um baú, que ficava em um dos cantos da garagem, que guardava pilhas de jornal, da onde tirou algumas folhas para cobrir todas as partes que não eram metálicas da moto. Depois, destapou a mesa revelando uma mesa de pintura. Escolheu uma das latas de tinta vermelha e colocou na pistola de pintura, ao mesmo tempo em que a campainha tocou. Ligou o compressor de ar da mesa e foi atender a porta:
- Você?
Realmente não espera ver a mesma mulher que salvara no inicio da noite em sua porta, ainda mais entregando sua pizza.
- Er...Oi?
Tentou fechar a porta, mas o pé da moça o impediu:
- Espere. Eu trouxe sua pizza.
Abriu novamente a porta e tentou alcançar a comida, mas novamente foi impedido:
- Me deixe entrar que eu lhe deixo comer.
O sorriso dela jamais teria o convencido, se não fosse o barulho de seu estômago estar tão perceptível.
- Droga! Vamos logo com isso então!
O rapaz se afastou da porta deixando a “intrusa” entrar. Ao entrar, a moça pode ver como apesar da bela aparência externa, a realidade da casa era outra. Havia poucos móveis e pela espessura da poeira, ela não deveria ser limpa a um bom tempo.
A casa possuía três cômodos no andar de baixo, a cozinha que era separada do que deveria ser a sala por uma bancada baixa. Além dela e dos armários presos a parede, uma geladeira antiga e um pequeno fogão faziam parte do lugar.
No que deveria ser uma sala, somente uma poltrona, uma televisão, uma mesa de centro e um pequeno abajur. O outro cômodo estava vazio, exceto por algumas folhas de jornal, já amarelado, espalhadas pelo chão e uma escada para o andar superior.
Enquanto analisava a casa, não percebeu que o dono não estava mais a vista e que um alto barulho havia sumido. Só abandonou sua admiração pelo lugar quando a porta que levava a garagem bateu e um gato passou por suas pernas em direção a escada.
- Enfim, veio aqui por algum motivo, ou só queria ficar parada em uma sala estranha com uma caixa de pizza na mão?
- Você é sempre grosso assim?
- Não, somente quando o entregador pede pra entrar.

Mephisto

Aporveitem e boa leitura! Próxima postagem 21 de junho de 2010

- Muito bem. Podemos conversar agora. Tome seu drink.
- Eu não bebo. - Brad empurrou o copo na direção de Iceman - Agora me diga o que quer?
- Bem. Sua amiga está me devendo uma grande quantia de dinheiro... - O homem bebe um gole do copo e depois fica girando-o para mexer o gelo - Ela está trabalhando no clube para quitar esta dívida, mas o que ganho com ela mal dá para pagar as drogas da semana. Ela ainda tem muita droga atrasada.
- De quanto estamos falando?
- Muito dinheiro. Dinheiro demais para um moleque como você poder pagar. Mas não importa, não quero dinheiro mesmo.
- O que você quer então?
- Ajuda. Estou com uns “certos probleminhas” e preciso de um jovem corajoso para me ajudar.
- Ajudar em que exatamente?
- Tem um policial que está no meu encalço. Ele tem algumas poucas provas sobre meu negócio e isso está me incomodando.
- E o que você quer que eu faça?
- Cuidado com os modos garoto! Olhe para o balcão. Olhe com cuidado.
Brad olha para o balcão com mais atenção e agora consegue ver que um dos bêbados está apenas deitado sobre o balcão para disfarçar que está com uma arma.
- Está apontada para sua amiguinha. Ou conversa comigo civilizadamente ou teremos miolos no café amanhã. O que achas?
Brad engole mais um pouco de sua raiva e tenta se acalmar.
- Tudo bem. No que posso ajudá-lo?
- Bom. Eu pesquisei e descobri que o filho deste policial estuda no colégio de vocês. Eu preparei este livro para ele.
Iceman coloca o livro da constituição americana sobre a mesa. Brad pegá-o e prepara-se para abrir quando Iceman coloca a mão sobre a capa.
- Não faça isso garoto. Tem C-4 o suficiente pra acabar com o quarteirão aí dentro. O que você precisa fazer é levar este livro e colocá-lo na mochila do garoto. O nome dele é Daniel Smith. Estuda na sala do lado da sua. Fácil não?
- Você quer que eu coloque explosivos na mochila de um garoto da minha escola? Você só pode estar louco!
- É isso ou a vida de sua amiguinha! O que prefere?
- Não vou fazer isso. De jeito algum.
- Onde prefere o tiro? Na cabeça ou no coração?
Quando Brad olha para o suposto bêbado novamente vê que ele está engatilhando a arma. Mary está de costas no momento.
- Seria uma lástima se sua amiga morresse agora. Provavelmente eu teria que fechar este clube, mas eu tenho mais seis. Não faria muita diferença.
Brad levanta-se. Olha para Mary só de calcinha dançando no palco, olha para a arma preste a disparar, olha para o livro. Muitas coisas passam pela sua cabeça agora. Brad não pode matar uma família toda, mas também não pode deixar a irmã de seu melhor amigo morrer.
- Tudo bem. Eu levo o livro.
- Ótimo. Assim que a missão estiver completa volte ao clube e conversaremos. Tenho que ir agora. - o homem bebe o último gole de seu wisky, levanta-se, acena com a cabeça e saí.
Brad fica com o livro e seu copo de wisky sobre a mesa. Seu olho se enche de lágrimas. Ele bebe todo o wisky de uma vez só. Pega o livro e vai em direção do palco. Depois de subir no palco, Brad tira o sobretudo e enrola Mary nele. Agora que ela percebeu sua presença. O público começa a reclamar, mas Brad não dá ouvido e carrega Mary para fora. Brad só parou quando já estava a uns duzentos metros do clube. Mary não falou nada até ali.
- Desculpe Brad. Estou tão envergonhada. Nunca pensei que alguém saberia.
- Onde você estava com a cabeça? Como pode se envolver com essa gente?
- ...
Brad estava com muita raiva. Queria gritar, chacoalhar e bater em Mary. Seus olhos brilhavam de lágrimas. Foi quando Brad olhou para o rosto da menina e viu dois fios prata correndo de seus olhos. Na hora Brad sentiu um peso na alma. Não podia descontar na pobre Mary. Ela era uma vítima. Brad abraçou a menina.
- Coloque as mangas do sobretudo e feche. Vou levá-la pra casa.
- Não. Eu não posso chegar em casa assim.
- Mas sua mãe ficará preocupada se você não voltar!
- Tudo bem! Eu falei que dormiria na casa de uma amiga.
- Bom... Neste caso... Vamos pra minha casa. Você precisa de um banho e roupas.
- Tudo bem. Obrigado, Brad. Você é um anjo!
Mary deu um suave beijo no rosto de Brad. Depois, vestiu as mangas do sobretudo e fechou. Eles já haviam chegado à parada de ônibus. Ao chegarem em casa, Mary foi tomar banho. A mãe de Brad não estava em casa. Tinha ido à casa do namorado. Brad esquentou o jantar e, enquanto Mary comia, Brad levou o livro até seu quarto. Largou-o na cama e ficou olhando para ele por alguns instantes. De repente, Mary bateu na porta. Brad colocou o livro na mochila e foi atender. Mary queria dormir. Brad arrumou sua cama para ela e foi dormir na sala com sua mochila.

Anne

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem em 19 de julho de 2010.



Caminhou alegremente pela rua durante os vinte minutos que a separavam do único shopping da cidade. Encontrou alguns dos amigos na praça de alimentação. Todos pareciam ainda um pouco magoados com ela, mas depois de alguns minutos de conversa e risadas essa sensação passou. Apesar de confiar em muitos deles, Anne esperava ansiosamente a chegada de July, pois acreditava que só ela ouviria sem desdém sobre os acontecimentos da noite.
Quando esta chegou, levou-a para um canto mais afastado dos outros e contou-lhe tudo. Desde o sonho com o bebê no laboratório até a fada fugitiva, que posteriormente visitou seu quarto revelado ser sua mãe. A primeira reação de July foi verificar se a amiga não estava febril. Depois se sentou um pouco confusa em uma cadeira:
- Anne, eu conheço você há anos e sei que não inventaria uma história maluca dessas, mas tem certeza que tudo não passou de um sonho?
- Eu sei o que foi sonho e o que foi realidade.
- Desculpe, não quis deixa-la irritada. Mas uma fada? Isso me parece um pouco de mais.
- Se não acredita deveria ir dormir na minha casa hoje. Talvez ela reapareça.
Depois do convite aceito que a menina se deu conta que poderia ser ainda pior. Se Vanora não aparecesse, July com certeza acharia que a amiga tinha fantasiado tudo e ela passaria por mentirosa. Ficou pensando nisso durante o caminho de volta para casa.
Depois de fazer uma pequena refeição na cozinha, avisou seus pais sobre a visita de sua amiga e subiu para tomar banho e arrumar seu quarto. A amiga chegou próxima a hora do jantar. Conversaram um pouco no quarto e depois desceram para se juntar à família. Jantaram, conversaram na sala e até viram um filme, todos juntos. Depois seu irmão subiu a muito custo para tomar banho e ir para cama, levado por sua mãe e o pai foi deitar-se em sua cama.
As meninas ficaram mais um pouco na sala para desenharem, passatempo comum as duas. Viram novamente a família apenas para dar-lhes boa noite e esperaram até que a casa ficasse em silêncio para subirem e examinarem o tal livro. As duas vestiram suas roupas de dormir e então pegaram o livro de sua caixa. Ficaram quase uma hora tentando descobrir como funcionava. Anne tentou abraça-lo, chacoalhar, abrir, folhear e mais inúmeras coisas, tanto de luz acesa como apagada, mas nada surtiu efeito.
Depois de mais alguns minutos desistiram e foram dormir. July havia sido compreensiva e tentou animar a amiga que ficara muito abatida e frustrada. Quando estavam quase pegando no sono, um suave ruído lhes chamou atenção. O barulho vinha de baixo da cama e só cessou quando Anne tirou o livro de sua caixa. A mesma luz brilhante da noite anterior começou a surgir no mesmo local.
Anne sentou animada na cama com July assustada ao seu lado. Mais alguns momentos e a bela imagem de Vanora estava em sua frente, porém com uma diferença. Parecia um pouco mais velha e tinha o ombro esquerdo enfaixado devido a um ferimento. Novamente sua voz suave e terna invadiu o quarto como uma leve brisa de primavera:
- Boa noite, minha pequena Lucine. Talvez não tão pequena. Peço que me desculpe pelos erros da mensagem anterior, mas eu realmente esperava que este livro chegasse as suas mãos no seu décimo aniversário, mas pelos meus cálculos você deve estar agora beirando os dezesseis anos. Deve ser uma linda jovem, disto não duvido, mas preocupo-me com a passagem de tanto tempo. Terei menos tempo para lhe por a par de tudo e ensinar-lhe tudo que precisa para que a profecia se cumpra.
Neste ponto um feixe de luz iluminou as costas da fada ao mesmo tempo em que um estrondo interrompeu suas palavras:
- Me perdoe, querida, mas como pôde notar não tenho mais tempo. Entrarei em contato assim que possível e começaremos a deixar tudo mais claro, assim como suas aulas. Por favor, aproxime-se, tenho duas coisas para lhe entregar.
Anne saltou da cama rapidamente e foi até ela. Ao chegar ao seu lado, viu a bela figura tirar uma pena dourada de seu cabelo e entregou-lhe:
- Use esta pena encantada para comunicar-se comigo. Apenas escreva o que deseja em um pergaminho qualquer e termine com o selo de mensagem. Eu receberei seu recado no mesmo instante.
Pegou a pena.
- Deve estar se pergunto o que será o selo de mensagem. Bom isto se responde com meu segundo presente.
Vanora aproximou o rosto da orelha de Anne e recitou um breve encantamento. Como uma porta que se abre, a mente da menina parecia ter sido destrancada. Ao olhar novamente para o livro, conseguiu distinguir os símbolos e até mesmo entende-los. Agora podia ter certeza de que era realmente Lucine, a única filha de Vanora. Só faltava compreender sua missão e porque estava naquele mundo longe de sua mãe.
- Tenho que ir agora, minha filha. Aguardo uma mensagem para ter certeza de que minha missão de hoje teve êxito. Até breve, Lucine.
A fada sumiu do mesmo modo que surgiu. Anne sentou na cama e apanhou o livro. Começou a folheá-lo depressa em busca do que precisava. Parou em uma página logo no começo, onde havia um pequeno círculo, preenchido por mais um menor. Entre eles quatro runas estavam dispostas simbolizando os quatro pontos cardeais. No centro uma runa maior, que agora Anne podia ler como viagem.
July olhava para as ações da amiga assustada, pois esta já se punha em busca de algo que pudesse usar como tinta.

Desculpas

Caros leitores,

Antes da nova postagem, venho por meio deste, desculpar-me pelo abandono ao blog.
Acabei me envolvendo em muitas coisas ao mesmo tempo e acabei atrasando as postagens, por isso, quero avisar-lhes que as postagens se reduzirão a 3 vezes por semana.

Um prazo curto porém mais fácil de administrar e com menos margem para decepções.

Desculpem.

Luis Felipe Pessoa Soares.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Maldição Yamada

Segue a penultima parte do primeiro capítulo das aventuras de Yamada!

Aproveitem e boa leitura!


Um dos policias, notando a mesa do fundo ocupada, bateu de leve no ombro do Sargento, apontando com a cabeça. O policial apenas acenou com a cabeça.
- Vamos dar uma olhada no bar. Pode continuar seus afazeres.
O líder e outro policial seguiram para a mesa do fundo, enquanto os outros se dividiram para falar com as outras três pessoas que haviam entrado a pouco no lugar.
A garrafa sobre a mesa já estava vazia, assim como o copo. O jornal estava levantado, cobrindo o rosto de quem quer que estivesse ali. Uma tênue fumaça subia por trás das folhas sem cor.
- Estamos procurando um homem. Pode responder algumas perguntas, senhor?
Nenhuma resposta foi ouvida. Mesmo parados ao lado da mesa, os dois policiais não conseguiam ver quem estava escondido ali:
- Estamos falando com você, atrás do jornal. Poderia fazer a gentileza de responder?
Mais uma vez não se ouviu resposta. O sargento perdeu então a paciência e puxou o jornal:
- Responda ou acabará preso homem!
Para a surpresa dos policiais, ninguém estava ali. O jornal estava apoiado no cinzeiro, junto com um toco de charuto, da onde vinha a fumaça.
- Droga! Aquele fil...
Smith notou que o proprietário havia ficado tão surpreso quanto ele, então foi imponente ao balcão:
- Onde ele está?
- Ele quem? Do que está falando, policial?
- Não me faça de palhaço, homem! – o policial batia forte na madeira. – Asashoryu, quem mais? Ele estava aqui, eu sei!
- Desculpe, mas você deve ter se enganado. Nunca ouvi o nome que mencionou.
Smith já estava explodindo de raiva e sabia que o velho estava lhe enganando.
- Homens, prendam este velhote por obstrução da lei!
- Você não tem como provar isso!
Os policiais não se moverem, como se aprovassem as palavras de John.
Enquanto isso, uma figura observava a movimentação da policia do lado de fora de uma das janelas:
- Hmpf. Depois não se sabe por que a criminalidade dessa cidade é tão alta. Esses caras não prenderiam um criminoso nem que ele entrasse por conta na viatura.
Com um sorriso de desdém nos lábios, Yamada se dirigiu para o estacionamento do outro lado da rua. O prédio tinha seis andares e era um antigo estacionamento abandonado, por isso Asashoryu o usava com freqüência.
Subiu caminhando até o terceiro andar, onde costumava deixar sua moto. Uma bela moto esporte preta, única herança de sua família além de sua arma. Subiu nela e começou a descer em baixa velocidade, para que o ronco do motor não chamasse atenção, porém, por azar, acabou chegando à saída no mesmo momento em que os policiais deixavam o bar:
- Sargento, é ele!
Sacando a arma, Smith tentou gritar para que parasse, mas seu alvo já virara a moto e acelerava para o interior do estacionamento:
- Atrás dele!
As duas viaturas, que estavam paradas em frente ao estabelecimento de John, arrancaram em alta velocidade subindo a antiga pista do prédio. Mais à frente, Yamada já chegava ao topo do prédio sem ainda encontrar uma saída para aquela situação.
Estava na borda, olhando para o prédio vizinho ao estacionamento, dois andares mais baixo. Virou a moto e foi novamente ao centro do andar. Quando as viaturas chegaram, viram Asashoryu acelerando sua moto na direção oposta. Fizeram uma barreira com os carros e desceram apontando suas armas para o homem.
- Você está sem saída! Renda-se ou abriremos fogo!
O homem olhou para trás com um sorriso maroto e então arrancou.
- Não disparem! – gritou o sargento correndo atrás da moto.
Ao chegar à borda, a moto decolou em direção ao prédio de quatro andares. O sargento só conseguiu chegar a tempo de ver seu fugitivo saltando do prédio para cima de um caminhão que passava e depois para o asfalto novamente. Ficou apenas observando até perder o veículo de vista.
- Central, aqui é Sargento Smith. Fugitiva em moto esporte preta, sem placa. Prioridade Dois. Câmbio final!
- Entendido sargento! Câmbio final!
O sargento ainda olhava para o local onde a moto sumira, pensando:
- Então você conseguiu escapar de novo, meu caro? Admito que desta vez você se superou, mas veremos até quando vamos continuar nessa brincadeira.
Um brilho dourado correu pelos olhos do sargento.

domingo, 30 de maio de 2010

Mephisto

Gente, desculpem na demora das atualizações. Meu tempo se reduziu um pouco, então to meio atrapalhado, mas vou tentar retomar o ritmo.


Aproveitem e boa leitura!



Depois de alguns minutos, oito garotas vestidas com as mais diversas fantasias sexuais, saíram de trás do balcão. O bar todo ficou escuro exceto, o palco. Uma música típica começou e logo uma garota vestida de policial saiu de trás da cortina. O show havia começado. Brad sentou-se inquieto, não tinha a intenção de ver o show. Brad era muito tímido em questões sexuais. O Bar começou a encher e logo uma garota vestida de coelho parou ao lado de brad com uma bandeja:
- O que vai querer garotão?
- Er...Bem...N-n-não quero nada não.
A garota deu um breve sorriso.
- Se precisar de algo, meu nome é Sarah. Pode me chamar.
- T-tu-do bem, Sarah. Se eu precisar, chamo sim.
Sarah deu mais um sorrisinho e abaixou-se para dar um beijo na testa do garoto, que ficou rubro na hora.
- Bonitinho! O que faz aqui?
- Vim atrás de um amigo. Acho que em breve ele estará aqui.
- Belo lugar para encontrar um amigo. Por acaso é uma amiga?
Neste momento a música mudou. Brad ainda estava meio vermelho, por isso desviou o olhar para o palco e viu algo que jamais esperaria.
- MARY?!?!?!?!
Brad colocou as mãos na boca e levantou-se. Sarah assustou-se e deu um passo para trás.
- Quem é Mary?
Brad apenas apontou para o palco. Sarah virou-se para ver a garota que dançava e tirava a roupa de diabinha que vestia. A garota era morena, tinha os cabelos longos. Tinha mais ou menos 1,70 e não aparentava mais de 16 anos. O público vibrava cada vez que ela tirava uma das meias e jogava para eles. Apesar de estar vestida de diaba, Mary tinha um rosto angelical. Era uma menina muito bonita, de olhos negros, boca carnuda e o nariz pequeno. Tinha os seios fartos o que agradava muito aos espectadores.
Brad mantinha um olhar apavorado na garota. Nem ouvia as palavras que saiam da boca de Sarah. Ficou ali parado por alguns minutos olhando fixamente para o palco, mas não parecia prestar atenção nos movimentos da garota, até que sentiu uma mão aos ombros.
- Olá!
Brad virou-se rapidamente quase derrubando o copo que o homem que o chamara tinha na mão esquerda. Atrás de Brad havia um homem alto. Usava um terno preto com uma camisa branca e uma gravata também preta. Cabelos curtos, olhos claros e um cavanhaque curto que se juntava ao bigode. Aparentava ter uns 35 anos e, a julgar pelo relógio rolex de ouro no pulso e as correntes de prata no pescoço, deveria ser o homem que Brad estava procurando.
- Iceman?
- O próprio! Você deve ser John Richards?
- Não! Sou Brad Muley, amigo de John. Vim por causa de Mary.
- Oh sim, sim. Mary! Surpreende-me muito o irmão da garota mandar um representante. Ou ficou com medo ou não dá importância para a irmã. Sente-se!
Iceman sentou-se em uma das cadeiras da mesa onde Brad estava e apontou outra cadeira para Brad sentar-se.
- O motivo de John não ter vindo só diz respeito a ele. E não quero sentar.
- Acalme-se, rapaz! Para que tanta hostilidade? É uma noite de negócios. Sente-se tome um drink comigo.
Neste momento, Sarah voltou trazendo dois copos de whisky em sua bandeja. Depois de colocar os copos na mesa, Sarah deu mais um sorriso para Brad e saiu. Brad estava longe de corresponder aos sorrisos de Sarah. Ela havia sido muito gentil com ele, mas agora uma tremenda raiva tomara conta das veias de Brad. Depois de mais alguns segundo em pé, Brad resolveu sentar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Anne

Galera, desculpem o atraso nas postagens. Tava dando uma atualizada nos livros, tinham um erros de português e talz.

Mas agora voltaremos a programação normal. =p

Aproveitem e boa leitura!



Anne acordou suando frio:
- Aquela... Era... Eu!
Saltou da cama e buscou a caixa embaixo da cama. Colocou a caixa sobre a cama e acendeu o abajur. Relutou um pouco em abrir, mas precisava ter certeza. Abriu. Com as mãos trêmulas apanhou o livro:
- Este é... o livro de minha mãe.
Abraçou o livro com força. As lágrimas brotavam de seus olhos como o conhecimento em sua mente. Nada fazia sentido, mas seu coração não poderia mentir. Ela tinha certeza de que não era apenas um sonho. Aquela era sua mãe.
A luz do abajur se apagou. Assustado olhou em volta e percebeu que lentamente uma fraca luz começou a surgir aos pés de sua cama. A imagem da fada do sonho começou a se formar até ficar totalmente nítida:
- Lucine? É você? Sim, claro que é você quem mais teria a habilidade para manusear meu antigo Grimório. Sim, é assim que se chama este livro que você tem aí.
A fada deu um sorriso terno.
- Ah, sim, você não deve estar me entendendo, deixe-me que explique.
A fada sorria ao falar, mas parecia não saber ao certo o que estava fazendo, pois olhava um ponto fixo na frente que sequer ficava na direção onde a menina estava.
- Chamo-me Vanora. Sou Sumo Sacerdotisa do Reino das Fadas, reino esse que fica em um mundo diferente do que você está agora, minha querida Lucine. A propósito este não deve ser seu nome aí, mas foi o nome que escolhi para você.
Anne já parara de chorar e agora, sentada na cama, prestava atenção nas palavras de Vanora.
- Você deve estar agora com dez anos, a idade a qual o livro se revelaria. Eu sei que vai ser um pouco estranho, mas sou sua mãe. Apesar de que isso você já deve ter descoberto. Acredito que você esteja tendo sonhos esquisitos com coisas obscuras e até mesmo comigo, mas tudo será explico a seu tempo. Por enquanto só quis me apresentar. Eu tenho pouco tempo agora, mas logo conversaremos de novo. Espero que não a deixe muito confusa e que não fique com raiva de mim. Como eu já disse tudo será explicado ao seu tempo. Agora tenho que ir minha pequena Lucine. Cuide-se.
A imagem começou a escurecer tão lentamente quanto surgiu e antes de sumir completamente a fada levou as mãos, que antes estavam dadas sobre o abdômen, à boca, e lançou um suave beijo.
Anne deitou-se ainda agarrada ao livro. Apesar da revelação importante feita de uma forma tão abrupta, ela não sentiu medo ou raiva. Sentia como se estivesse esperando algo assim a vida toda. Era como se agora realmente entendesse seu lugar no mundo. Antes que percebesse, adormecera. Teve o sono mais tranqüilo em anos.
Acordou perto do meio dia no sábado. Ainda estava abraçada ao livro. Acariciou sua capa antes de guardá-lo e vestir-se para descer. Abriu as portas de seu roupeiro e, talvez por um motivo que lhe parecia bobo, resolveu vestir-se com tons de violeta. Desceu as escadas com um grande sorriso nos lábios. A mesa do almoço já estava posta e sua família já estava a sua espera.
O almoço decorreu bem, com seus pais e seu irmão conversando sobre assuntos aos quais lembra vagamente, pois não dera atenção. Só lhe dirigiram a palavra quando já estava terminando sua refeição:
- Dormiu bem, Anne? Ouvi barulho vindo de seu quarto no meio da noite.
- Dormi muito bem sim! Só tive um sonho um pouco agitado.
Terminou de comer e levantou-se:
- Obrigado pelo almoço, Suzan!
Todos a olharam. Anne jamais chamava seus pais pelo nome:
- Digo Mãe.
A menina corou. Tentou lavar sua louça e sair depressa, mas já tinha chamado atenção para si. Terminavam de comer, mas agora a olhavam com uma expressão de desconfiança. Anne pediu licença e subiu para pegar sua bolsa antes de sair. Pretendia encontrar os amigos no shopping e agora, mais do que nunca, queria sair dali rápido, porém antes que pudesse deixar seu quarto, o pai entrou e sentou em sua cama:
- Tudo bem com você filha? Está agindo um pouco estranho. Sua mãe está preocupada.
- Estou ótima! Não há motivos para preocupação.
- Ouvimos barulhos estranhos no seu quarto ontem a noite. Você teve pesadelos?
- Não, pai! Eu dormi bem.
Anne usava a desculpa de estar pondo os brincos para não olhar diretamente para ele. Sabia que não conseguiria mentir para seus olhos.
- E com quem conversava. Acho que ouvi vozes.
- Com ninguém. Com quem poderia estar conversando?
- Sabe que pode me contar qualquer coisa não é?
Começou a ficar impaciente e até um pouco irritada com o rumo da conversa. Já não tinha mais porque olhar para o espelho, seus brincos estavam no lugar:
- Não tenho nada para contar. E me desculpe pai, mas estou atrasada para encontrar o pessoal.
Pegou a bolsa, deu um beijo no rosto do pai e desceu as escadas. Despediu-se da mãe e do irmão mais novo e saiu cantarolando.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Maldição Yamada

Continuação do primeiro capítulo...


- Eu disse para ficar do lado de fora, não foi?
- Eu ouvi barulhos e resolvi ver se não precisava de ajuda.
- Não. Já está tudo resolvido agora. Seu ladrão fugiu.
Asashoryu virou as costas e deixou a casa, porém antes de conseguir entrar no carro foi chamado.
- Ei, ei! Policial!
- Eu não sou um policial, lembra? O que você quer?
- Por que fez aquilo?
- Era um Selo. Só o queimei para purificar a casa. Tradição oriental.
- Não precisa mentir para mim. Eu o vi destruindo aquele... gorila?
Um arrepio gelado lhe percorreu a coluna. Pela primeira vez alguém tinha testemunhado seu trabalho.
- Viu? Como assim?
Puxou outro charuto e o acendeu.
- Vi você lutar com ele e depois destruí-lo usando o “selo”.
- Ora, ora. Você precisa dormir um pouco, está delirando.
Entrou no carro e apressou-se em ligá-lo para sair logo dali, mas antes de fugir, a moça abaixou-se na janela.
- Pode fugir, mas eu vou descobrir o que foi aquilo.
Sem olhar para ela, arrancou com o carro. Voltou ao local de onde o havia pegado e o abandonou lá. Tomou o cuidado de verificar se estava sendo seguindo, ou se havia alguém que pudesse vê-lo saindo do carro. Depois seguiu para o habitual bar onde sempre acabavam suas noites, que se localizava a poucas quadras dali.
O bar ficava em uma esquina sombria, e apesar de bem localizado era pouco freqüentado, o que foi crucial para a escolha de Yamada. Era um estabelecimento pequeno, com poucas mesas e um curto balcão. Como de costume, sentou-se em sua mesa aos fundos, mesa que sempre estava reservada.
- Seu whisky, senhor!
- Oh, obrigado, John. – bebeu toda a dose – Pode trazer o próximo sem gelo.
- Noite difícil, chefe?
- Como todas.
John já havia se habituado às poucas palavras e ao jeito rude de Yamada. Já tinha 57 anos, abrira o bar apenas por hobby e o japonês era seu único cliente regular. Desde que não arrumasse confusão e pagasse por suas bebidas, John considerava um amigo.
- Estou um tanto ocupado hoje, então deixarei a garrafa se não se importa.
De traz do jornal, agora aberto, veio a resposta:
- Tudo bem. Pode me conseguir um charuto? Os meus acabaram.
- Devia arrumar uma charuteira maior, ou fumar menos.
O jornal desceu um pouco. O velho já estava seguindo para o balcão:
- Você deveria se preocupar só com o dinheiro que lhe pago por eles.
Depois de entregar o charuto a Yamada, o senhor voltou para seus afazeres atrás do balcão. O bar estava vazio, exceto pelo caçador que agora lia seu jornal em silêncio. Um silêncio que só era quebrado pelo som do copo encontrando a mesa periodicamente.
Alguns minutos se passaram até um pequeno grupo de cinco policiais, liderados pelo Sarg. Smith, entrarem no estabelecimento. Foram direto ao balcão:
- Com licença, senhor, mas procuramos um homem e temos fortes indícios de que ele possa estar aqui.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mephisto

Segunda parte do primeiro capítulo.

Pessoal, qualquer dúvida, sugestão ou crítica, deixem nos cometários, isso ajuda a manter um bom nível no blog.

Aproveitem e boa leitura!



Já estamos em agosto de 2004. Brad está no computador, onde passa a maior parte de seu tempo livre. Está terminando um trabalho de história e conversando com uns amigos virtuais através de um destes programas de chat, quando a campainha toca. Brad vai abrir e se depara com John, que parece bem abatido.
- O que houve velho amigo? Aconteceu alguma coisa grave?
John entra e coloca sua mochila em cima da cama.
- Eu já lhe explico. Tem alguma coisa pra beber?
- Pegue na geladeira. Mas me diga o que houve para você estar assim tão cabisbaixo?
John abre a geladeira e serve um copo de água para si e outro para Brad. Depois se senta na cama de frente para Brad, que voltou ao computador.
- É Mary. Aquela imbecil fez mais uma besteira, só que dessa vez ela passou dos limites.
- Tá, que a Mary é uma imbecil eu já sei. E que ela passa dos limites eu também já sei. Até agora tudo normal.
- É, só que dessa vez ela passou dos limites dela, que tu sabes que já são bem diferentes dos nossos.
- Fala logo. O que foi que ela fez? Estou curioso.
- Mary se envolveu com drogas. Parece que está andando com uns membros de uma gangue do Bronkx.
- Como é?!?!?!?! Mas isso é loucura!!! Como essa garota maluca foi me fazer uma coisa dessas????
- Não sei. Mas não me admira tanto, vindo dela. Por mim quero mais é que ela se exploda! O que me preocupa nessa história é a minha mãe. Se ela descobrir...
- Eu sei, eu sei. Mas é sua irmã, oras! Temos que fazer alguma coisa. Tudo bem que você não gosta dela, mas isso já é absurdo. Como foi que você descobriu isso?
John se deita e larga o copo vazio ao lado da cama.
- Um tal de Iceman mandou um bilhete lá pra casa dizendo que se a Mary não pagar o que deve virará escrava da gangue.
Brad não acredita, Seu rosto fica pálido e apavorado. Como foi que a Mary conseguiu se envolver com drogas e ainda ficar devendo para Iceman. Brad já ouvira falar neste grande líder de gangue do Bronkx, uma vez na televisão. Sabia que ele era o líder de uma das maiores gangues de Nova York. Não conseguia crer que Mary se envolvera logo com ele.
- Este tal de Iceman deixou algum meio de entrarmos em contato com ele?
- Acho que tem um endereço no bilhete. Por quê?
- Por que nós vamos livrar a Mary dessa.
- Sem chance! Ela que se vire! Não mandei se meter em burradas.
- É sua irmã!
- Dane-se! Se quiser ajude-a sozinho. Eu estou cansado de ter que livrar a cara da Mary sempre. Estou fora!
John realmente aparentou estar muito irritado com isso tudo, pois jogou o bilhete no chão, pegou a mochila e saiu porta a fora. Brad entendia o amigo, mas não podia deixar Mary em perigo. Juntou o bilhete, leu e decidiu tentar negociar com Iceman. Como? Não tinha a menor idéia.
Brad trabalhou no computador até o final da tarde. Deixou um bilhete para mãe no balcão dizendo que não jantaria em casa e, saiu. Tomou um ônibus para o Bronkx e foi ao encontro de Iceman. Brad vestia calça, sapatos e um grande sobretudo todos pretos. Ao descer do ônibus foi até o endereço marcado no bilhete e descobriu que era um bar de strippers. Brad não sabia como entraria num lugar desses, pois além de ter apenas 16 anos aparentava ter 14. Estranhamente o segurança o deixou entrar sem problemas, como se já soubesse que Brad viria.
Ao entrar, Brad viu algumas mesinhas espalhadas em volta de um palco em forma de "T". Ao fundo, à esquerda um balcão de bar com um alto barman e um ou dois bêbados deitados sobre o balcão. Pelo que se via o show ainda não começara, pois eram poucas as mesas que estavam preenchidas. Brad deu mais uma olhada no lugar, mas como não viu sinal do proprietário resolveu sentar-se e esperar, talvez o proprietário apresentasse o show.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Anne

Segunda parte do primeiro capítulo de Anne.

Dica: Caso ainda não tenham lido a primeira parte, ou não lembrarem direito, embaixo de cada post há uma tag com o nome do livro, clicando nela, todas as partes já postadas ficam juntas, para facilitar a leitura e o acompanhamento dos livros.


Aproveitem e boa leitura!


Não era a primeira briga da última semana. E nem a primeira dos amigos com quem brigara pelo mesmo motivo. Já ia fazer dez dias desde que o misterioso livro aparecera em seu quarto de forma mais misteriosa ainda. Todos os amigos tinham a mesma opinião de que era uma brincadeira de alguém e que ela não deveria dar atenção, uns por desdém, outros por medo, mas ela não conseguia pensar que não havia um motivo maior por trás disso.
Ao sinal, guardou seus livros no armário e foi para lanchonete onde trabalhava. Trabalhava apenas quatro horas, mas já era o suficiente para deixá-la bem cansada ao chegar em casa. Jantou, passou o tempo habitual com a família e depois subiu para o quarto. Era sexta-feira, mas como havia se desentendido com a maioria de seus amigos, não tinha para onde ir.
Estava bastante cansada por isso decidiu tomar um bom banho morno e dormir. Depois de tomar o banho, fechou a porta e deitou-se. O primeiro impulso era de pegar o livro da caixa onde estava guardado, sob a cama, mas dessa vez algo a impediu. Deu-se conta que se afastara dos amigos desde o aparecimento do livro e que não fazia mais nada a não ser reproduzir seus desenhos e tentar achar tradução para a linguagem na qual estava escrito:
- Estou ficando obcecada por isso.
Empurrou novamente a caixa para baixo da cama e nem tinha percebido que a havia tirado de lá. Deitou, cobriu-se e apagou a luz do abajur.
- Talvez eles estejam certos e não passe de uma brincadeira. Vou pedir desculpas amanhã.
Dormiu.
...

O céu estava negro. Uma forte chuva caía fora do imponente castelo. Em seu interior, duas estranhas figuras, fechadas em uma espécie de laboratório subterrâneo, acertavam detalhes:
- Você está certo de que isso funcionará?
- Certamente, Milorde. Os livros antigos descrevem esse procedimento como o único viável para seus propósitos.
O homem mais alto tinha longos cabelos negros adornados com alguns aros de ouro espalhados aleatoriamente, um tapa-olho que cobria uma cicatriz no olho esquerdo e por suas vestes deveria ser o soberano do castelo. Já o mais baixo aparentava ser também o mais velho devido a seus curtos e desgrenhados cabelos prata. Seus olhos azuis pareciam querer acompanhar todos os acontecimentos à volta, pois não se fixavam em ponto algum, ficavam indo de um lado para outro constantemente. Usava vestes negras, porém bastante extravagantes com vários detalhes prateados, esmeralda e dourados. Este último preparava um leito:
- Milorde, estamos prontos!
- Vou buscá-lo.
O homem mais jovem saiu por alguns momentos do recinto. Anne aproveitou para olhar bem ao redor. Desta vez tinha ido além dos fatos das ultimas “viagens”. Já sabia que se tratava de um sonho e por isso não podiam vê-la. Ao olhar para a única janela do lugar, pode vislumbrar de relance uma figura espiando. Antes que pudesse ir descobrir quem era, o soberano voltou.
Anne ficou em dúvida, mas preferiu acompanhar os fatos no interior do laboratório:
- Coloque-o aqui, Senhor! Tire sua túnica e deite no outro leito para começarmos.
O homem de cabelos negros obedeceu. Enquanto o velho arrumava alguns frascos e uma estranha adaga de lâmina vermelha, Anne aproximou-se da cama onde haviam depositado um pequeno embrulho que se movia um pouco. Ao olhar de perto tomou um susto que a fez cair ao solo. Era um bebê. Um forte impulso de salvá-lo mesmo sem saber o que estavam prestes a fazer surgiu em seu coração, deixando-a aflita. Era um sonho e ela nada podia fazer:
- Este é o momento de desistir, Se...
Antes que pudesse terminar, o homem foi agarrado pelo pescoço e levantado a alguns centímetros do chão:
- Não sou do tipo que desiste. Prossiga, ou não será mais necessário!
Ao ser solto o velho começou a pronunciar uma espécie de oração em uma língua esquisita, enquanto balançava dois frascos com líquidos brilhantes sobre a cabeça. Terminou com um silvo agudo e lançando os frascos no chão. Um brilho ofuscante começou a iluminar o lugar e a última imagem que Anne pode ver foi o que pareceu o velho apunhalando o peito do soberano.
Anne foi transportada para o lado de fora, exatamente do lado da figura que espiava. Pôde ouvi-la soltar um gemino de espanto e lançar vôo em direção da floresta que cercava o lugar. Antes de ser novamente transportada, viu um vulto gigantesco e negro abrir um grande buraco na parede e lançar-se atrás da estranha. Anne agora estava numa clareira da floresta. Chegou lá segundos antes de uma bela fada púrpura pousar e esconder-se atrás de um dos grandes carvalhos. A fada arfava muito, o que fez com que deduzisse que era ela que estava espiando na janela e agora fugia de alguém.
A criatura tinha a pele lisa e de um suave tom de violeta. Seu cabelo era verde claro como os olhos. As duas grandes asas coloridas lembravam as de uma borboleta. Tinha a mesma altura da garota e não parava de olhar para trás, em busca de seu perseguidor.
Depois de descansar um pouco, pegou um livro que estava amarrado em sua cintura e, com um dos gravetos do chão, começou a desenhar um círculo na terra mais fofa. Depois de desenhar inúmeros símbolos e detalhes a fada retirou uma espécie de embrulho, que Anne sequer havia reparado, de suas costas e o depositou no centro do círculo. Recitou algumas palavras que pareciam ser no mesmo dialeto usado pelo venho anteriormente, até o círculo começar a emitir um belo brilho colorido:
- Viva minha filha, pois você é nossa única esperança agora!
Uma lágrima correu o rosto da fada. A criança sumiu e, segundos depois o grotesco vulto negro desceu dos céus em direção a ela. Antes de chegar perto o suficiente para que a menina conseguisse ver o que ele era o sonho começou a fugir-lhe.

sábado, 15 de maio de 2010

Primeira Ilustração


Postando ilustração de Asashoryu Yamada, feita pela minha ilustradora oficial a Aninha ^^

Ficou bem legal, e eu acompanhei o processo de criação ^^

Thanks, Aninha.

A Maldição Yamada

Segunda parte do primeiro capítulo. Aproveitando para retificar, o título original do livro é: "A Maldição Yamada"

os outros livros ainda não tão bons pra postar, então vou ir atualizando esses 3 por enquanto. Em breve lanço alguma novidade. ^^

Aproveitem e boa leitura!


Os policias abriram a grade e a porta com uma chave mestra. Entraram com armas em punho e lanternas ligadas.
- Vasculhe tudo, mas cuidado! Ainda podem estar aqui!
O outro policial acenou com a cabeça e começaram a adentrar o recinto. Mal caminharam alguns passos e ouviram a grade descendo e um clik! Ao virarem-se para porta viram um vulto do lado de fora girando a chave nos dedos.
- Você!!!
- Boa noite Sargento Smith!
- Ora seu... Abra essa porta!
- Desculpe Sargento, mas estou com um pouco de pressa. – Asashoryu virou as costas e saiu – A propósito, preciso da viatura emprestada. Até mais!
- Volte aqui, maldito!
O sargento não pode fazer mais do que gritar enquanto via sua viatura partir. Pegou o rádio no ombro.
- Todas as unidades da área central: localizem e detenham a viatura 0311! Repito: viaturas da área central localizem e detenham a viatura 0311!
- Aqui é central! Sargento, esta não é sua viatura?
- Sim central, mas ela foi roubada. Retransmita o recado sim?
- Sim senhor, sargento!
A quadras dali, Asashoryu, dirigia a viatura em busca de seu alvo. Entrara em uma rua com algumas casas simples e de grande jardim quando foi surpreendido por uma mulher que praticamente se atirara em frente ao carro.
- Ei, está louca? – disse ele descendo do carro.
- Policial alguém invadiu min... Espere você não é policial.
- Disse que alguém invadiu sua casa?
Estava com uma expressão estranha. Havia sentido algo estranho na casa e decidira averiguar.
- Sim, mas eu não vi ninguém!
Yamada já estava a caminho da casa e não dava mais ouvidos para a mulher.
- Espere aqui fora. Vou ver isto.
- Mas você nem é policial! Quem é você?
A moça ficara gritando do lado de fora.
Ao entrar, deparou-se com uma bela sala com uma escada grande para o andar de cima. O cheiro estranho vinha do andar de cima, juntamente com o barulho de alguém revirando coisas.
Subiu lentamente pela escada. O andar de cima se resumia a um estreito corredor com quatro portas. Uma delas entreaberta, da onde vinha o cheiro e o barulho. Ao se aproximar o barulho parou. Quando foi abrir a porta, tomou um grande soco que o jogou para o andar de baixo.
- Yamada! Você não desiste?
O “gorilão” pulou para o andar de baixo e falava ironicamente, com um sorriso de desdém nos lábios.
- Você não é tão bom assim. E seu cheiro ajuda.
- Pois dessa vez acabaremos com isso!
Os espinhos já brotavam no braço direito, mas desta vez lançou um ataque horizontal. Em um ágil salto, o japonês desviou dos espinhos e caiu aos pés do inimigo, cortando o braço do ataque. Logo ao cair, agachado, foi atingindo por um forte chute que o lançou do outro lado da sala.
- Maldito! Vai pagar por isso agora!
Arremessou os espinhos do braço que ainda lhe restava, mas asashoryu conseguiu saltar alto o bastante para desviar e cair sobre o peito do inimigo. Impulsionou-se para o mortal de costas e cortou o outro braço do adversário com o movimento.
O gorila gemia e urrava de dor, já de joelhos no chão. O japonês retirou um papel com um escrito oriental do bolso e colou no peito do monstro. Recitou um curto mantra e logo, o invasor desfez-se em fagulhas verdes que se prenderam no papel. Com seu isqueiro, então, queimou-o.
- Oh!
Com o som, virou-se rapidamente para porta, deparando-se com a moça parada ali.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Mephisto

Bom, meus caros, agora vou lançar a minha menina dos olhos. O primeiro dos meus livros.

Esse livro é muito especial pra mim, pois eu começei ele ainda no quartel. Num momento meio sinistro da minha vida, e foi quando veio a inspiração para livros. O personagem principal é inspirado em mim msm, e todos os personagens são inspirados em pessoas que eu conheço. Os fatos não sou todos verídicos, mas são baseados em fatos semelhantes.

Descrição: Mephisto, conta a história de Brad Muley. Um jovem comum que teve seu futuro alterado para poder ajudar seus amigos. Infelizmente, ele acaba morrendo e se transformando em um dêmonio que luta para não se tornar totalmente mal.
O livro se passa no mundo real, porém releva a existência de criaturas sobenaturais vivendo entre pessoas comuns. Algumas passagens pelo inferno, relacionado ao descrito no livro de Dante, e ao plano dos Anjos.

Espero que gostem e boa leitura!


Capítulo Um - Alma corrompida

Há tempos não se via uma garoa fina como essa. Esse era o comentário mais comum no ônibus. Desde que haviam entrado nos limites da cidade, há uns 20 minutos, os passageiros do ônibus, 0811- Ruston/Nova York, observavam uma bela garoa descendo sobre a majestosa cidade de Nova York.
Todos eles provinham do interior da Lousianna e estavam admirados com a cidade grande. Os passageiros estavam divididos entre: fazendeiros e moradores da cidade de Ruston, porém um deles se destacava, um garoto. Seus olhos brilhavam ao ver o enorme fluxo de carros e os imensos arranha-céus.
Brad Muley, garoto da pequena fazenda de gado, Cowland, já estivera em Nova York antes, mas desta vez era diferente. Tudo parecia novo e excitante. Brad viveu 14 anos sob os cuidados de seus padrinhos numa fazenda a 15 km de Ruston. Neste ano de 2002, Brad, iria completar 15 anos e finalmente realizaria o sonho de morar com sua mãe, Suzan Muley. O garoto tentava, mas não conseguia lembrar-se de outro momento de tanta felicidade.
O ônibus entrou na estação rodoviária ás 16h30min. Brad deu um grande salto de seu banco com sua mochila e correu para fora do ônibus. Depois de pegar suas malas no bagageiro, o garoto, começou a olhar em todas as direções buscando o rosto da mãe. Como não a encontrou, chamou um carregador e levou suas mala até um táxi, como já tivera feito muitas vezes. Este o levou até a Green Avenue, 815, o endereço de sua nova vida.
Depois de chegar em casa, Brad, desfez as malas, conversou com sua mãe e foi dormir. Sonhou com todas as possibilidades que teria agora. O garoto pensava nunca ter sido tão feliz na vida, no entanto, no final deste mesmo ano, pouco antes de seu aniversário, Brad começou a ver que a vida não era um “mar de rosas” e que viver com sua mãe talvez não fosse como pensara.
Brad estudava de manhã e passava as tardes sozinho, pois sua mãe trabalhava o dia todo. Via sua mãe umas três horas por dia à noite e ela estava cansada por isso não lhe dava muita atenção. Além disso, ela é muito severa e cobra demais do pobre Brad. Brad começou então a se voltar para o esporte. Praticava artes marciais e começou a jogar vôlei. Depois de dois anos, Brad, já está estafado de sua vida em Nova York. Sentia-se muito sozinho e suas atividades não lhe despertavam mais muito encantamento. Foi no começo deste ano letivo, que Brad conheceu o primeiro de seus grandes amigos: John Richards. John é descendente de italianos. Morava com seus pais e sua irmã mais nova Mary. Mary tem 15 anos e é uma garota desleixada e egoísta, acaba sempre causando problemas a John e seus pais, por isso John não se dava muito bem com ela.
Além de John, Brad tem outros amigos, mas John sem dúvida é o mais próximo. Os dois passam o maior tempo do dia juntos, seja na casa de um dos dois ou na academia onde praticam ninjitsu. Brad largou o vôlei para se dedicar mais à escola de arte marcial.

Segunda Poesia

Dando prosseguimento ao post de poesias, estou lançando a segunda.

Foi escrita muito antes da anterior, para um trabalho de escola e me causou certos problemas, devido ao conteúdo um tanto mórbido. Minha professora de literatura não achou tão interessante, mas fazer o que. =p

Aproveitem e boa leitura!


Hoje vi o sol
Mas ele já não
Esquentava mais minha pele

Hoje via chuva
Mas já não sentia mais
Suas gotas molhando meu corpo

Hoje vi a lua
Mas sua luz já não
Iluminava mais minha noite

Hoje vi seu rosto
Mas ele já não
Alegrava mais minha vida

Hoje vi o espelho
E nele o que me tornei
Um velho sem alma

Cigarros e uísque
Na cabeceira.
Um livro à muito amarelado

Tuberculose e roupas
Femininas pela casa.
A Morte espera-me para
Um jogo de cartas

Desculpe-me mundo
Mas não posso mais
Viver por suas regras.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Anne

Bom, caros leitores, como prometido, estarei agora postando a primeira parte de outro dos livros.

Em ordem cronológica, este é o terceiro que começei. Este é novinho, começei o ano passado. Ainda está em produção, e por enquanto é o único que tem como protagonista uma mulher.

Descrição: Anne, trata da história de uma adolescente aparentemente comum, cursando o colegial. Tudo ia bem até ela ter descoberto um estranho livro antigo em sua casa e começar a ter pesadelos estranhos. Além disso, um novo aluno apareçe em sua escola, trazendo mais esquisitices para sua vida.
Neste livro, trato de um assunto comum e misterioso, desde a antiguidade da história, a magia. Criaturas míticas, um novo mundo antigo e um pouco de história mitológica.

Agradeço pelas visitas, e comentários. Espero que apreciem esta nova história, e boa leitura!



Capítulo Um


- Anne! Anne!
A garota largou o lápis rapidamente, como se tivesse sido acuada por um predador.
- Anne, o sinal do almoço já tocou. Você não vem?
Olhando rápido para seu desenho no caderno, fechou-o.
- Claro! Vou sim. Desculpe estava um pouco distraída.
- Um pouco?
Anne recolheu suas coisas e logo as duas meninas estavam a caminho do refeitório. Anne seguia quieta enquanto July, sua melhor amiga, tagarelava sobre a aula, o baile da primavera e outras coisas, as quais passavam por seu ouvido como se fossem intangíveis.
Anne estava agora com dezesseis anos. Cursava o ensino médio da Escola Petterson, a escola que freqüentava desde o primário. Tinha um pequeno grupo de amigos, mas July era a principal. Sempre fora popular, principalmente com os garotos. Suas belas feições ajudavam nisso: lisos e longos cabelos negros, olhos da mesma cor, a face levemente corada, lábios pequenos e rosados e pele clara. Havia também um sinal de nascença em seu ombro esquerdo em forma de meia lua.
Não era só fisicamente bela, mas também tinha tido as melhores notas da turma desde o ginásio. Era também muito cuidadosa com os amigos e sempre se preocupava mais com os outros do que consigo mesma. Era determinada e muito talentosa com o que quiser que fizesse. Pelo menos até a última semana.
Já estavam sentadas e comendo a um bom tempo:
- Anne! Você está me ouvindo?
- Sim! Estou.
- E do que eu falava?
- Da sua roupa para o baile.
Anne deu um sorriso.
- Você até podia estar escutando, mas não estava me ouvindo. Estava aí brincando com a comida com cara de boba.
- Ah, desculpe, July. Eu não dormi bem, só isso.
Mesmo sem acreditar muito, a amiga consentiu com a cabeça e retomou o assunto. Depois de comerem, foram até o pátio para aproveitarem os últimos minutos do intervalo, porém antes de chegarem, um garoto esbarrou em Anne e está derrubou sem caderno que abriu. July pode ter uma boa visão do desenho, mesmo a garota se apressando para apanhá-lo:
- Então é isso! Você estava lendo aquilo de novo não?
- Não! É só um dos desenhos que eu fiz na semana passada.
- Anne, eu te conheço desde o primário, nem tente mentir para mim.
A garota relutou um pouco, mas decidiu admitir:
- Tudo bem! Eu li ontem à noite.
- Amiga, nós já não tínhamos concordado que eram um monte de besteiras e que você não ia mais perder tempo com isso?
- Sim, mas na verdade eu só concordei por você. Você sabe que eu acredito que tudo tem um sentido. Até o aparecimento daquele livro.
- É só um livro empoeirado...
- E o que ele fazia em cima do meu roupeiro. Eu não o coloquei lá. E nunca tinha visto antes. E eu acho...
- Ah, não! O sonho de novo não!
A expressão avoada da menina tornou-se ríspida.
- O sonho sim! Não é normal repetir-se tantas vezes. Pra você pode ser comum, mas eu não acho. E eu não preciso da sua crença também.
Virou-se e saiu em direção ao pátio. Não apareceu no laboratório para aula de química, a última do dia. Em vez disso ficou no pátio sob a sombra de uma árvore contemplando o desenho em seu caderno. Um círculo com outros dois menores dentro, rodeados por símbolos e traços, o que ela acreditava ser um círculo de magia.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Asashoryu Yamada

Sem mais delongas, postarei agora a primeira parte de um dos livros: Asashoryu Yamada!

Admito que não sou muito criativo para títulos, mas faço o que posso. Este é um dos 9 ou 10 livros que pretendo escrever. É o segundo que comecei e ainda está em produção.

Descrição: O livro trata de um japonês, que vive nos Eua e é vítima de uma maldição que foi posta em sua família ainda na época do Japão Feudal. O livro se divide em duas partes, os dias atuais da vida do protagonista, e alguns flash backs de seus ancestrais, como modo de explicar e relatar o decorrer da maldição.
Tento trazer um relato simples e romanciado de um tema muito discutido tanto por religiões quanto por ocultistas: o plano de existência dos espíritos, também conhecido como a "vida após a morte"

Críticas, dúvidas e sugestões, via comentários do post.

Como sempre, espero que gostem e boa leitura!



Capítulo Um


Mais uma fria sexta-feira de novembro. Abre seu casaco preto e tira de um bolso interno, um cilindro metálico. Usa o polegar para abri-lo, leva a boca e morde o conteúdo do cilindro. Com a outra mão já tateava o bolso esquerdo da calça. Ao abaixar o cilindro, revelou um autêntico charuto cubano em sua boca, acendeu-o com seu belo isqueiro Zippo dourado, depois guardou o porta-charuto e o isqueiro em seus respectivos bolsos.
Aproveitou a pequena brecha entre as nuvens para dar uma boa olhada na lua, sua musa inspiradora. O pequeno brilho prateado refletido fazia um lindo contraste em seus olhos negros. Pitou o charuto, prendeu os cabelos, que mal lhe passavam dos ombros, para que não caíssem em seus olhos.
Deu mais uma pitada e caminhou até a beirada do prédio. Puxou o relógio de bolso do casaco. Oito horas. O charuto ainda estava pela metade, mas foi jogado fora.
- Belo presente de aniversário.
A joelhada no ar fez com que o wakzashi fosse lançado do coturno para a mão dele, em seguida atirou-se do prédio.
Caiu por quatro dos dez andares do prédio, antes de se pendurar no pescoço de uma estranha criatura, que havia saído de uma das janelas do prédio em frente do que estava.
A criatura caiu em pé, apesar dos seis andares que a separavam do chão. Suas duas enormes pegadas ficaram impressas no asfalto. Assim que se restabeleceu do “pouso”, pegou o intruso de suas costas pela gola, e arremessou para longe. Num ágil movimento, o homem conseguiu segurar-se na haste de uma placa e, depois de executar um giro, aterrissou sem problemas na calçada.
- Yamada!
A voz cavernosa da estranha criatura, que parecia um gorila cinzento de quase quatro metros de altura, cortou o ar e chegou aos ouvidos do rapaz que simplesmente sorriu.
- Então sabe quem eu sou?
O homem, que se mantinha agachado desde seu pouso, levantou-se. O gorila gargalhou.
- Todo o Limbo já conhece sua lenda. O japonês amaldiçoado, que já exterminou trinta espectros, munido apenas de seu poderoso wakzashi: Asashoryu Yamada!
Asashoryu passa a mão em sua rala barba e desembainha a arma.
- Na verdade, você é o trigésimo sexto.
Mais uma estrondosa gargalhada do inimigo.
- Não desta vez, amigo!
O gorila levanta os braços, verticalmente, acima da cabeça, fazendo com que um estranho brilho corresse por eles. Asashoryu concentra seu olhar nos pêlos dos braços do inimigo e toma uma expressão preocupada.
- Droga!
Ao abaixar os braços, o monstro arremessa uma chuva de espinhos compridos, que deixam seus braços nus. Sem ter tempo de esquivar-se, o japonês protege a cabeça com os braços. A nuvem afiada atinge em cheio seu alvo, jogando-o contra a vitrine de uma relojoaria.
O alarme toca e, imediatamente, uma grade desce lacrando a vitrine. Ao levantar a cabeça, o caçador vê sua presa dar mais uma gargalhada e sumir na noite. Ele se levanta, tira o casaco e depois a leve armadura de couro, crivada de espinhos, que protegia seus braços, pernas e tórax.
Só a tempo de acender outro charuto antes das sirenes começarem a soar no inicio da rua. Antes de suas luzes começarem a refletir na parede, Yamada já havia subido as escadas que levavam ao estoque da loja procurando um jeito de sair dali. Só o que encontrou foram os dutos de ventilação.

Primeira Poesia

Opa, galera, olha eu aqui de novo.

Primeira postagem efetiva do blog. Resolvi começar com uma poesia, pra pegar leve, e também porque chama mais a atenção =p

Minhas poesias não tem nomes, eu sou horrível com eles. Mas esta foi a primeira que eu fiz, enquanto ainda estava no quartel em 2006.

Espero que gostem e boa leitura.


Estrelas, Lua, Brisa
Cheiro de mato
Quilometros e quilometros de floresta
Em meio a esta paisagem
Só podia lembrar de você
A legítima personificação
Da deusa Vênus

Você que mesmo com pouco tempo
Conseguiu transponir as enormes
Muralhas que cercaram meu coração
Assim que este foi conquistado pela raiva

Você que com pequenos gestos
Acaba com todo o frio e nevóas
Que cercam minha pobre alma perdida
Nas trevas da decepção

Você que com ternas palavras
Acalma e consola meus prantos
Em fim, você, bela anja, que desceu
De seu castelo nas nuvens para
Dar uma segunda chance ao meu amor

Desculpe a nobre deusa, mas
Comparar tal figura com sua divindade
Foi um grande erro, pois sua divindade
Não chega sequer aos pés de minha doce
Amada anja.

Apresentação

Caros, novos amigos e amigas...

Primeiramente, gostaria de agradecer a visitação de vocês. É muito importante para o sucesso desta idéia.

Agora, queria explicar a idéia central do Blog. Bom, eu escrevo desde os 12 anos, agora tenho 22, e nesses 10 anos, acumulei alguns livros e umas poesias. À alguns anos venho tentando publicar o meu primeiro livro, sem sucesso. Pouco interesse das editoras grandes, e altos preços nas editoras pequenas.
Aí veio a idéia do blog. Não era minha idéia inicial, queria algo mais tradicional, com folhas, capa, ilustrações, mas já que não está dando certo assim, porque não arriscar? Hoje a internet é uma ótima ferramenta, e os blogs se tornaram muito populares, então quem não tem cão, caça com gato. ^^
A idéia veio de muitos blogs que já se tornaram referência, pessoas que ficaram famosas através de uma simples postagem na internet, e do fato de hoje em dia, se ler muito mais na internet do que no sofá da sala.
Bom o blog vai funcionar da seguinte maneira: publicarei periódicamente, os livros que já tenho escritos e os que estão em produção, em forma de capítulos, como novelas e seriados. Cada dia da semana será dedicado a um dos livros, e esporádicamente colocarei algumas das poesias também. Assim que possível as ilustrações existem aparecerão por aqui.
Espero que gostem, e se gostarem, não esqueçam de comentar e divulgar para os amigos. =p

Bom, acho que deu pra explicar mais ou menos o plano, agora é só por em prática.
Abraços a todos, e boa leitura.