sábado, 26 de junho de 2010

Anne

Postagem com atraso. Não publiquei A Maldição Yamada na data, como o combinado, pois o livro está em edição. Desculpem o transtorno.

Aproveitem, e boa leitura! Próxima postagem em 01 de julho de 2010.



Ainda usava sua bela túnica. Tinha os cabelos escuros, longos para um menino, presos em um pequeno rabo em cima da cabeça, deixando a parte de trás solta sobre os ombros:
- Acho que procura por isto.
Estendeu o livro para a menina que ainda parecia assustada. Ao pegar o livro de suas mãos, pode senti-las um pouco calejadas. Entregou o livro e deu as costas já se retirando:
- É melhor sair logo daí. Sua amiga já não pode mais acoberta-la.
Virou-se pra trás com um terno sorriso:
- Você é muito indiscreta.
Anne olhou para o livro a seus pés e se sentiu bastante envergonhada. O garoto seguiu seu caminho, enquanto ela recolocava o livro caído na estante e se escondia entre outras próximas. Nem bem se escondeu, a bibliotecária surgiu com July em seu encalço:
- Poupe meus ouvidos de suas histórias absurdas! Eu sei que ouvi barulho por aqui. Se você esteve me distraindo para que algum de seus amigos fizesse alguma travessura você vai estar encrencada, mocinha.
Ao passaram, July foi puxada para trás de uma estante qualquer. Um murmúrio adentrou seu ouvido:
- Peguei o livro. Vamos logo embora daqui!
As duas saíram quase na ponta dos pés enquanto a velha senhora lançava suas ameaças no ar. Correram até o vestiário, pois já lhes restava pouco tempo até as aulas de educação física da tarde. Anne guardou o livro em seu armário antes de irem definitivamente até o pátio de esportes.
Conseguiram chegar a tempo, mas mesmo assim levaram uma pequena advertência do professor por serem as últimas a chegar. As duas optaram pela pratica de atletismo, pois era onde tinha menos alunos e poderiam conversar a vontade.
Anne aproveitou para contar o acontecimento da biblioteca para July:
- Mas como ele sabia?
- Eu não sei. Mas eu te disse que ele me parecia muito estranho.
As duas terminaram seus exercícios, pegaram o livro e combinaram de lê-lo só no final de semana quando poderiam estar juntas, devido ao trabalho de Anne.
A semana passou sem respostas de Vanora, ou encontros estranhos com o garoto novo. A menina estava muito preocupada com sua mãe, que pareceu estar em perigo. July havia progredido pouco na leitura do livro, mas já conseguia identificar alguns símbolos. Já estava quase na hora de ir para casa e, como combinado, a amiga já esperava em uma das mesas da lanchonete:
- Vou entregar mais este pedido e já poderei ir.
- Tudo bem. Vou guardar os livros para irmos.
Quando foi se virar, a menina acabou tropeçando e ia de encontro ao chão se não fosse à intervenção de dois braços que seguraram ela e a bandeja. Depois de conseguir se equilibrar novamente e tirar o rosto do peito de seu salvador, Anne pode ver o garoto misterioso, com um belo sorriso, segurando sua bandeja:
- Precisamos parar de nos encontrar em situações estranhas.
A menina corou. Ouviu July soltar um leve risinho e continuar a guardar os livros.
- Aqui, sua bandeja! E mais cuidado com os pés.
Pegou a bandeja e foi entregar o pedido de olho no garoto que se sentou com July. Trocou de roupa e quando voltou encontrou os dois ainda conversando. Ao avistá-la o rapaz levantou-se.
- Desculpe pela intromissão, mas eu gostaria de falar com você.
Olhou para amiga que fez um sinal positivo com a cabeça. Sentou-se ao lado dela e esperou que o rapaz começasse. Ele sentou novamente, tomou um pouco de ar e iniciou a conversa:
- Acredito que ainda não olhou o livro que lhe entreguei na biblioteca.
- Bem, ainda não...
- Imaginei. Bom mesmo que você olhe, não vai encontrar nada.
- Como assim?
- O livro está em branco. Ele não pode ser lido nesse mundo.
- Nesse mundo?
- Sim, Anne. Ou devo chamá-la de Lucine?
- Lucine? Do que está falando???
O garoto deu um longo suspiro:
- Não se faça de desentendida, você sabe do que estou falando. Eu sei tudo sobr... – repentinamente parou, como se percebesse algo que estava esquecendo – Droga, não temos tempo para isso! July preciso que você fique aqui e não saia até sua amiga voltar. Lucine venha comigo!
- Eu me chamo Anne!
- Como preferir, agora venha!
- Espere, porque está me puxando, e porque eu deveria ir com você? Eu nem o conheço.

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