sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Maldição Yamada

Segue a penultima parte do primeiro capítulo das aventuras de Yamada!

Aproveitem e boa leitura!


Um dos policias, notando a mesa do fundo ocupada, bateu de leve no ombro do Sargento, apontando com a cabeça. O policial apenas acenou com a cabeça.
- Vamos dar uma olhada no bar. Pode continuar seus afazeres.
O líder e outro policial seguiram para a mesa do fundo, enquanto os outros se dividiram para falar com as outras três pessoas que haviam entrado a pouco no lugar.
A garrafa sobre a mesa já estava vazia, assim como o copo. O jornal estava levantado, cobrindo o rosto de quem quer que estivesse ali. Uma tênue fumaça subia por trás das folhas sem cor.
- Estamos procurando um homem. Pode responder algumas perguntas, senhor?
Nenhuma resposta foi ouvida. Mesmo parados ao lado da mesa, os dois policiais não conseguiam ver quem estava escondido ali:
- Estamos falando com você, atrás do jornal. Poderia fazer a gentileza de responder?
Mais uma vez não se ouviu resposta. O sargento perdeu então a paciência e puxou o jornal:
- Responda ou acabará preso homem!
Para a surpresa dos policiais, ninguém estava ali. O jornal estava apoiado no cinzeiro, junto com um toco de charuto, da onde vinha a fumaça.
- Droga! Aquele fil...
Smith notou que o proprietário havia ficado tão surpreso quanto ele, então foi imponente ao balcão:
- Onde ele está?
- Ele quem? Do que está falando, policial?
- Não me faça de palhaço, homem! – o policial batia forte na madeira. – Asashoryu, quem mais? Ele estava aqui, eu sei!
- Desculpe, mas você deve ter se enganado. Nunca ouvi o nome que mencionou.
Smith já estava explodindo de raiva e sabia que o velho estava lhe enganando.
- Homens, prendam este velhote por obstrução da lei!
- Você não tem como provar isso!
Os policiais não se moverem, como se aprovassem as palavras de John.
Enquanto isso, uma figura observava a movimentação da policia do lado de fora de uma das janelas:
- Hmpf. Depois não se sabe por que a criminalidade dessa cidade é tão alta. Esses caras não prenderiam um criminoso nem que ele entrasse por conta na viatura.
Com um sorriso de desdém nos lábios, Yamada se dirigiu para o estacionamento do outro lado da rua. O prédio tinha seis andares e era um antigo estacionamento abandonado, por isso Asashoryu o usava com freqüência.
Subiu caminhando até o terceiro andar, onde costumava deixar sua moto. Uma bela moto esporte preta, única herança de sua família além de sua arma. Subiu nela e começou a descer em baixa velocidade, para que o ronco do motor não chamasse atenção, porém, por azar, acabou chegando à saída no mesmo momento em que os policiais deixavam o bar:
- Sargento, é ele!
Sacando a arma, Smith tentou gritar para que parasse, mas seu alvo já virara a moto e acelerava para o interior do estacionamento:
- Atrás dele!
As duas viaturas, que estavam paradas em frente ao estabelecimento de John, arrancaram em alta velocidade subindo a antiga pista do prédio. Mais à frente, Yamada já chegava ao topo do prédio sem ainda encontrar uma saída para aquela situação.
Estava na borda, olhando para o prédio vizinho ao estacionamento, dois andares mais baixo. Virou a moto e foi novamente ao centro do andar. Quando as viaturas chegaram, viram Asashoryu acelerando sua moto na direção oposta. Fizeram uma barreira com os carros e desceram apontando suas armas para o homem.
- Você está sem saída! Renda-se ou abriremos fogo!
O homem olhou para trás com um sorriso maroto e então arrancou.
- Não disparem! – gritou o sargento correndo atrás da moto.
Ao chegar à borda, a moto decolou em direção ao prédio de quatro andares. O sargento só conseguiu chegar a tempo de ver seu fugitivo saltando do prédio para cima de um caminhão que passava e depois para o asfalto novamente. Ficou apenas observando até perder o veículo de vista.
- Central, aqui é Sargento Smith. Fugitiva em moto esporte preta, sem placa. Prioridade Dois. Câmbio final!
- Entendido sargento! Câmbio final!
O sargento ainda olhava para o local onde a moto sumira, pensando:
- Então você conseguiu escapar de novo, meu caro? Admito que desta vez você se superou, mas veremos até quando vamos continuar nessa brincadeira.
Um brilho dourado correu pelos olhos do sargento.

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