domingo, 20 de junho de 2010

Mephisto

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 27 de junho de 2010.


Na manhã seguinte, Brad e Mary tomaram café juntos e depois foram juntos para escola. Até a hora do intervalo Brad não tinha decidido se colocaria o livro na mochila do colega ou não. Quando estava indo para o pátio na hora do intervalo, o celular de Brad tocou. Era um número desconhecido. Ao atender, Brad reconheceu a voz de seu novo amigo, Iceman.
- Olá! Olhe para o edifício verde à esquerda do pátio de sua escola.
Brad estava de frente para o edifício. O prédio tinha apenas quatro andares e ao olhar para o topo, Brad pode ver nitidamente um atirador com um rifle. Seguindo a direção da arma, Brad viu Mary conversando com umas amigas. O garoto congelou na hora. Minutos depois quando voltou a si, já estava correndo em direção a sala de Daniel com as palavras de Iceman na cabeça: "Estou de olho em você. Se a encomenda não for entregue em 10 minutos, sua amiga não dançará está noite. Vá!". Daniel não era amigo de Brad. Os dois só se conheciam de vista, nunca haviam conversado. E agora Brad está prestes a matar o garoto e sua família.
Depois de colocar o livro na mochila do garoto, Brad, hesitou diversas vezes antes de sair dá sala. Só saiu de lá quando o sinal tocou. Antes de entrar em sua sala, Brad recebeu uma segunda ligação de Iceman o parabenizando. Brad não consegue falar com ninguém pelo resto do dia. Passou toda a tarde jogado na cama com medo de ligar a televisão.
As 18h, pegou um ônibus em direção ao Bronkx. Durante o percurso, Brad ouviu, pelo rádio de uma senhora sentada ao seu lado, que a casa do policial Jack Smith havia sido destruída por uma explosão no final desta tarde. Na hora Brad gelou. Sabia que a culpa era dele. E se descobrissem? E o pior, Brad agora era um assassino. Quando chegou ao bar, Sarah levou o garoto direto à sala de Iceman. Brad foi recebido com aplausos pelo maldoso homem.
- Parabéns garoto! Não podia ter sido melhor!
Brad fechou o punho e desferiu um golpe com toda sua raiva em direção ao rosto do homem, que sem esforço nenhum segurou o braço do menino.
- Calma garoto! Está com raiva de mim? Pois saiba que isso ainda não pagou os prejuízos de sua amiguinha. Isso é só o começo.
Brad caiu em um choro agoniozo ali mesmo. Matou uma família que nem conhecia. Sem motivo algum. Simplesmente matou. O que seria de sua vida agora? Brad só achou uma alternativa.
- Muito bem. Eu continuo, mas com uma condição. Liberte Mary. Esqueça sua dívida. Eu trabalharei para você o resto de minha vida.
- Esplêndido! Aceito seu acordo. Mary está livre, sem dívida. Mas também sem drogas. Se ela quiser se drogar procure outro ponto de venda.
- Não se preocupe com isso. Eu manterei Mary longe de suas drogas imundas. Você já arruinou minha vida, não vai arruinar a dela também.
- Nobres palavras para um assassino. Anime-se garoto! Vai ver que este lado da vida não é tão ruim quanto parece.
Brad fecha o outro punho, mas desta vez não golpeia Iceman. Brad pára de chorar. Passa a noite acertando os detalhes de seu "emprego" com Iceman, que já havia tomado a liberdade de pegar seu número de celular com Mary. Brad agora era assassino de aluguel. Iria aprender a atirar, ser discreto, ser silencioso e ganharia suas próprias armas e um bom dinheiro, porém carregava todo o peso do mundo em suas costas.
Mary e Brad inventaram um namoro. Somente os dois e John sabiam que isso era só uma desculpa para que Mary fosse morar com Brad. Brad cuidava de Mary como se ela fosse sua irmã. A mãe de Brad estava cada vez mais ausente em sua vida. Brad estudava até as 15h, fazia suas atividades à tarde, cuidava de Mary e a noite ia para o Bronkx aprender a ser um assassino profissional. Mary parecia ter se recuperado da dependência. Os próximos três meses de Brad foram péssimos. Não queria se acostumar com essa vida, mas era sua única alternativa para salvar Mary. Brad já havia terminado seu treinamento e realizado umas poucas missões para Iceman.
Brad agora era um homem frio. Só mostrava emoções para Mary e John. Isto o envelhecera muito. Passou o aniversário somente com Mary, John e sua mãe. Brad agora tinha dezessete anos e já havia matado dez pessoas. Mary e John nem desconfiavam de suas atividades noturnas, mas percebiam que Brad não era mais o mesmo. Em um belo domingo de dezembro, Brad chegou em casa depois de uma missão. Estava todo sujo de sangue. Ligou o computador e foi tomar banho. Era madrugada, Mary dormira no sofá com a Tv ligada. A mãe de Brad havia se mudado para casa de seu namorado. Depois do banho Brad, resolveu falar com algumas pessoas através de um chat. Foi aí que sua vida mudou, de novo.

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