quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Maldição Yamada

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 23 de junho de 2010.



Depois de quase uma hora, mudando sempre o caminho para evitar ser seguido, Asashoryu chegou a sua casa, que ficava em um bairro mais afastado do núcleo urbano.
Morava no fim de uma pequena rua sem saída, que acabava bem em frente a sua saída de garagem. Era uma pequena casa de dois andares, bem simples, com um curto jardim e com o pátio dos fundos terminando em um bosque.
Morava sozinho, a não ser por sua gata de estimação: Maggie. Esta já acostumada pelas freqüentes ausências de seu dono. Só uma das duas casas vizinhas era ocupada. Por um casal de idosos que quase nunca apareciam no jardim, muito menos nas janelas, o que de certa forma, deixava o rapaz mais seguro.
Deixou a moto na garagem e entrou pela porta que levava à cozinha:
- Maggie, comida!
A gata apareceu rapidamente na cozinha e foi até seu prato que ficava ao lado da porta.
- Por sorte o tio John havia guardado um saco de ração no lugar de sempre, senão teria que se contentar com os ratos do porão.
Colocou um pouco da ração no pote da gata e o saco em cima da mesa. Foi até o telefone e ligou para a costumeira pizzaria. Foi até a sala e pegou um charuto na caixa que mantinha em cima da mesa de centro, depois voltou à garagem. Puxou uma mesa baixa, tapada com uma lona preta para mais perto da moto e logo em seguida colocou um pequeno banco entre as duas.
Abriu um baú, que ficava em um dos cantos da garagem, que guardava pilhas de jornal, da onde tirou algumas folhas para cobrir todas as partes que não eram metálicas da moto. Depois, destapou a mesa revelando uma mesa de pintura. Escolheu uma das latas de tinta vermelha e colocou na pistola de pintura, ao mesmo tempo em que a campainha tocou. Ligou o compressor de ar da mesa e foi atender a porta:
- Você?
Realmente não espera ver a mesma mulher que salvara no inicio da noite em sua porta, ainda mais entregando sua pizza.
- Er...Oi?
Tentou fechar a porta, mas o pé da moça o impediu:
- Espere. Eu trouxe sua pizza.
Abriu novamente a porta e tentou alcançar a comida, mas novamente foi impedido:
- Me deixe entrar que eu lhe deixo comer.
O sorriso dela jamais teria o convencido, se não fosse o barulho de seu estômago estar tão perceptível.
- Droga! Vamos logo com isso então!
O rapaz se afastou da porta deixando a “intrusa” entrar. Ao entrar, a moça pode ver como apesar da bela aparência externa, a realidade da casa era outra. Havia poucos móveis e pela espessura da poeira, ela não deveria ser limpa a um bom tempo.
A casa possuía três cômodos no andar de baixo, a cozinha que era separada do que deveria ser a sala por uma bancada baixa. Além dela e dos armários presos a parede, uma geladeira antiga e um pequeno fogão faziam parte do lugar.
No que deveria ser uma sala, somente uma poltrona, uma televisão, uma mesa de centro e um pequeno abajur. O outro cômodo estava vazio, exceto por algumas folhas de jornal, já amarelado, espalhadas pelo chão e uma escada para o andar superior.
Enquanto analisava a casa, não percebeu que o dono não estava mais a vista e que um alto barulho havia sumido. Só abandonou sua admiração pelo lugar quando a porta que levava a garagem bateu e um gato passou por suas pernas em direção a escada.
- Enfim, veio aqui por algum motivo, ou só queria ficar parada em uma sala estranha com uma caixa de pizza na mão?
- Você é sempre grosso assim?
- Não, somente quando o entregador pede pra entrar.

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