domingo, 27 de junho de 2010

Mephisto

Postagem mais longa para compensar os atrasos =p

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 3 de julho de 2010.



Neste dia Brad conheceu Joanne. Eles conversaram bastante no chat e trocavam e-mails. Depois de duas semanas conversando resolveram se conhecer. Marcaram um encontro num parque da cidade. Brad adorava conversar com Joanne. Ela parecia entendê-lo, como se fosse a outra parte dele. Brad falava de tudo com ela, desde contar seus problemas até falar sobre Mary. Joanne era uma garota meio depressiva, mas adorável. Os dois se ajudavam mutuamente e estavam ansiosos por se conhecerem.
Brad agora com seus dezessete anos, estava de cabelos longos, seus olhos eram ainda mais verdes. Brad não era muito atlético, mas tinha seus músculos. Media 1,72 e pesava pouco mais de 57 quilos. Vestia-se como queria. Não dava importância para combinação de cores, estilos, ou mesmo moda. Exceto quando estava “trabalhando.” Nestes casos Brad vestia-se geralmente com ternos ou sobretudos, arrumava os cabelos com elegância. Por baixo das roupas levava sempre pistolas, submetralhadoras, facas e outros instrumentos de trabalho. Brad não se orgulhava do que fazia, mas tratou de ser o melhor.
Ao chegar ao parque, Brad sentou-se em um banco e ficou esperando sua nova amiga chegar. Quando se encontrou com Joanne, ficou extasiado. Aquela só podia ser uma imagem divina. Era uma bela jovem de cabelos muito longos e ruivos. Seus olhos castanhos como amêndoas, reluziam ao sol. Sua boca rósea lembrava um pequeno coração. Sua pele era clara como a neve. Joanne não era muito alta e 5 anos mais nova. Brad não se importava com isso. Havia retirado uma linda sereia de um mar cheio de tubarões.
Os dois conversaram durante horas. Dentro de poucos dias estavam namorando. Brad conseguiu acabar com a depressão de Joanne. Ela admirava-o cada vez mais. O amor dos dois crescia a cada dia. Joanne ajudava Brad a cuidar de Mary. Depois de três meses Brad resolveu contar a Joanne sobre sua profissão. Brad marcou então um jantar no dia de seu aniversário de namoro. Preparou uma noite bem romântica e ficou treinando como ia dizer que era um assassino para Joanne.
No horário marcado ela chegou. Brad abriu a porta. Ela estava linda. Nunca a tinha visto tão bela. Usava um vestido vermelho, estava com uma trança no cabelo e um brilhante batom vermelho. Brad fez Joanne entrar e serviu o jantar. Sem querer deixou a tv ligada durante o jantar e justo quando abriu a boca para falar sobre sua vida secreta, o noticiário anuncia a morte de um investigador na noite passada. O investigador foi morto por uma bala do rifle preferido de Brad.
- Que horror!
- Como?
- Eu disse, que horror! Como uma pessoa pode matar a outra?
- Ora, são coisas que acontecem.
- Coisas que acontecem? Quem dá o direito a uma pessoa de decidir quem vive e quem morre?
- Ninguém. Mas... Veja bem... Às vezes estas pessoas são obrigadas a fazerem isso. Não tem alternativa. E, às vezes precisam fazer isso para salvarem as pessoas que amam.
- Mesmo assim, Brad. Nada justifica. Eu jamais faria algo assim e esses assassinos me enojam.
- Er... Bem! Que tal se eu desligasse a tv e parássemos de falar nisso? É uma noite especial.
- Eu concordo. Te amo, Brad!
- Também te amo, querida.
Brad desligou a tv. Fica na sala mais uns instantes pensativo e depois volta a mesa. Depois do jantar, os dois bebem um copo de vinho e vão se deitar. Depois de fazerem amor, Joanne deita-se no ombro de seu amado e adormece. Brad, porém, não consegue dormir. O noticiário havia anunciado mais do que um de seus assassinatos. Ele teria que tomar uma decisão muito difícil.
Brad levantou-se da cama e foi até a janela olhar as estrelas. Alguns minutos ali e Brad começou a lembrar de quando era criança. Lembrou-se das noites em que deitava na grama da fazenda e ficava olhando o céu. Lembrou da vez em que decidiu contar as estrelas e depois das cem primeiras desistiu. Lembrou-se das noites de festa em que sua família toda se reunia e eram felizes. Um sorriso infantil brotou em seu rosto. Era uma pena as coisas terem mudado tanto. Sua família agora era completamente desunida. Estavam todos espalhados pelo país. Nas noites em que adormecia sobre a relva, Brad jamais imaginara que um dia seria um assassino frio como havia se tornado. Brad voltou-se para o lado e olhou para o rosto angelical de sua amada. Seu único pensamento no momento era de jamais magoar esta mulher. E viver com ela o resto de sua vida.
Na noite seguinte Brad foi até o Bronkx. Estava com suas duas pistolas sob o sobretudo. Tinha tomado sua decisão. Entrou no clube Fox, onde Sarah trabalhava, e foi direto a sala de Iceman. Sem bater, Brad abriu a porta e entrou. Iceman estava no telefone. Assim que Brad entrou, ele desligou.
- O que pensa que está fazendo moleque? Enlouqueceu?
Brad, sem responder, aproximou-se da mesa de Iceman, puxou as duas armas.
- O que pensa que vai fazer? Está maluco? Abaixe essas coisas!
Brad engatilhou as duas pistolas e largou-as na mesa.
- Estou fora! Arrume outro para fazer seu trabalho sujo.
- O quê? Quem você pensa que é? Eu digo quando você está fora ou não! Sua vagabunda ainda me deve, garoto!
Brad parou na porta. Seus punhos fecharam como por impulso. Num lance rápido agarrou Iceman pelo colarinho e ergueu-o a uns dez centímetros do chão.
- Torne a chamar, Mary de vagabunda e você não vai mais precisar se preocupar com os negócios. Entendeu? E agora pegue essas suas armas sujas e resolva você mesmo seus probleminhas. Não mato mais por você, seu verme!
Dito isso, Brad jogou Iceman em sua cadeira e saiu porta a fora. Despediu-se de Sarah e foi embora. Não voltaria aquele lugar de novo. Não nesta vida.

sábado, 26 de junho de 2010

Anne

Postagem com atraso. Não publiquei A Maldição Yamada na data, como o combinado, pois o livro está em edição. Desculpem o transtorno.

Aproveitem, e boa leitura! Próxima postagem em 01 de julho de 2010.



Ainda usava sua bela túnica. Tinha os cabelos escuros, longos para um menino, presos em um pequeno rabo em cima da cabeça, deixando a parte de trás solta sobre os ombros:
- Acho que procura por isto.
Estendeu o livro para a menina que ainda parecia assustada. Ao pegar o livro de suas mãos, pode senti-las um pouco calejadas. Entregou o livro e deu as costas já se retirando:
- É melhor sair logo daí. Sua amiga já não pode mais acoberta-la.
Virou-se pra trás com um terno sorriso:
- Você é muito indiscreta.
Anne olhou para o livro a seus pés e se sentiu bastante envergonhada. O garoto seguiu seu caminho, enquanto ela recolocava o livro caído na estante e se escondia entre outras próximas. Nem bem se escondeu, a bibliotecária surgiu com July em seu encalço:
- Poupe meus ouvidos de suas histórias absurdas! Eu sei que ouvi barulho por aqui. Se você esteve me distraindo para que algum de seus amigos fizesse alguma travessura você vai estar encrencada, mocinha.
Ao passaram, July foi puxada para trás de uma estante qualquer. Um murmúrio adentrou seu ouvido:
- Peguei o livro. Vamos logo embora daqui!
As duas saíram quase na ponta dos pés enquanto a velha senhora lançava suas ameaças no ar. Correram até o vestiário, pois já lhes restava pouco tempo até as aulas de educação física da tarde. Anne guardou o livro em seu armário antes de irem definitivamente até o pátio de esportes.
Conseguiram chegar a tempo, mas mesmo assim levaram uma pequena advertência do professor por serem as últimas a chegar. As duas optaram pela pratica de atletismo, pois era onde tinha menos alunos e poderiam conversar a vontade.
Anne aproveitou para contar o acontecimento da biblioteca para July:
- Mas como ele sabia?
- Eu não sei. Mas eu te disse que ele me parecia muito estranho.
As duas terminaram seus exercícios, pegaram o livro e combinaram de lê-lo só no final de semana quando poderiam estar juntas, devido ao trabalho de Anne.
A semana passou sem respostas de Vanora, ou encontros estranhos com o garoto novo. A menina estava muito preocupada com sua mãe, que pareceu estar em perigo. July havia progredido pouco na leitura do livro, mas já conseguia identificar alguns símbolos. Já estava quase na hora de ir para casa e, como combinado, a amiga já esperava em uma das mesas da lanchonete:
- Vou entregar mais este pedido e já poderei ir.
- Tudo bem. Vou guardar os livros para irmos.
Quando foi se virar, a menina acabou tropeçando e ia de encontro ao chão se não fosse à intervenção de dois braços que seguraram ela e a bandeja. Depois de conseguir se equilibrar novamente e tirar o rosto do peito de seu salvador, Anne pode ver o garoto misterioso, com um belo sorriso, segurando sua bandeja:
- Precisamos parar de nos encontrar em situações estranhas.
A menina corou. Ouviu July soltar um leve risinho e continuar a guardar os livros.
- Aqui, sua bandeja! E mais cuidado com os pés.
Pegou a bandeja e foi entregar o pedido de olho no garoto que se sentou com July. Trocou de roupa e quando voltou encontrou os dois ainda conversando. Ao avistá-la o rapaz levantou-se.
- Desculpe pela intromissão, mas eu gostaria de falar com você.
Olhou para amiga que fez um sinal positivo com a cabeça. Sentou-se ao lado dela e esperou que o rapaz começasse. Ele sentou novamente, tomou um pouco de ar e iniciou a conversa:
- Acredito que ainda não olhou o livro que lhe entreguei na biblioteca.
- Bem, ainda não...
- Imaginei. Bom mesmo que você olhe, não vai encontrar nada.
- Como assim?
- O livro está em branco. Ele não pode ser lido nesse mundo.
- Nesse mundo?
- Sim, Anne. Ou devo chamá-la de Lucine?
- Lucine? Do que está falando???
O garoto deu um longo suspiro:
- Não se faça de desentendida, você sabe do que estou falando. Eu sei tudo sobr... – repentinamente parou, como se percebesse algo que estava esquecendo – Droga, não temos tempo para isso! July preciso que você fique aqui e não saia até sua amiga voltar. Lucine venha comigo!
- Eu me chamo Anne!
- Como preferir, agora venha!
- Espere, porque está me puxando, e porque eu deveria ir com você? Eu nem o conheço.

domingo, 20 de junho de 2010

Mephisto

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 27 de junho de 2010.


Na manhã seguinte, Brad e Mary tomaram café juntos e depois foram juntos para escola. Até a hora do intervalo Brad não tinha decidido se colocaria o livro na mochila do colega ou não. Quando estava indo para o pátio na hora do intervalo, o celular de Brad tocou. Era um número desconhecido. Ao atender, Brad reconheceu a voz de seu novo amigo, Iceman.
- Olá! Olhe para o edifício verde à esquerda do pátio de sua escola.
Brad estava de frente para o edifício. O prédio tinha apenas quatro andares e ao olhar para o topo, Brad pode ver nitidamente um atirador com um rifle. Seguindo a direção da arma, Brad viu Mary conversando com umas amigas. O garoto congelou na hora. Minutos depois quando voltou a si, já estava correndo em direção a sala de Daniel com as palavras de Iceman na cabeça: "Estou de olho em você. Se a encomenda não for entregue em 10 minutos, sua amiga não dançará está noite. Vá!". Daniel não era amigo de Brad. Os dois só se conheciam de vista, nunca haviam conversado. E agora Brad está prestes a matar o garoto e sua família.
Depois de colocar o livro na mochila do garoto, Brad, hesitou diversas vezes antes de sair dá sala. Só saiu de lá quando o sinal tocou. Antes de entrar em sua sala, Brad recebeu uma segunda ligação de Iceman o parabenizando. Brad não consegue falar com ninguém pelo resto do dia. Passou toda a tarde jogado na cama com medo de ligar a televisão.
As 18h, pegou um ônibus em direção ao Bronkx. Durante o percurso, Brad ouviu, pelo rádio de uma senhora sentada ao seu lado, que a casa do policial Jack Smith havia sido destruída por uma explosão no final desta tarde. Na hora Brad gelou. Sabia que a culpa era dele. E se descobrissem? E o pior, Brad agora era um assassino. Quando chegou ao bar, Sarah levou o garoto direto à sala de Iceman. Brad foi recebido com aplausos pelo maldoso homem.
- Parabéns garoto! Não podia ter sido melhor!
Brad fechou o punho e desferiu um golpe com toda sua raiva em direção ao rosto do homem, que sem esforço nenhum segurou o braço do menino.
- Calma garoto! Está com raiva de mim? Pois saiba que isso ainda não pagou os prejuízos de sua amiguinha. Isso é só o começo.
Brad caiu em um choro agoniozo ali mesmo. Matou uma família que nem conhecia. Sem motivo algum. Simplesmente matou. O que seria de sua vida agora? Brad só achou uma alternativa.
- Muito bem. Eu continuo, mas com uma condição. Liberte Mary. Esqueça sua dívida. Eu trabalharei para você o resto de minha vida.
- Esplêndido! Aceito seu acordo. Mary está livre, sem dívida. Mas também sem drogas. Se ela quiser se drogar procure outro ponto de venda.
- Não se preocupe com isso. Eu manterei Mary longe de suas drogas imundas. Você já arruinou minha vida, não vai arruinar a dela também.
- Nobres palavras para um assassino. Anime-se garoto! Vai ver que este lado da vida não é tão ruim quanto parece.
Brad fecha o outro punho, mas desta vez não golpeia Iceman. Brad pára de chorar. Passa a noite acertando os detalhes de seu "emprego" com Iceman, que já havia tomado a liberdade de pegar seu número de celular com Mary. Brad agora era assassino de aluguel. Iria aprender a atirar, ser discreto, ser silencioso e ganharia suas próprias armas e um bom dinheiro, porém carregava todo o peso do mundo em suas costas.
Mary e Brad inventaram um namoro. Somente os dois e John sabiam que isso era só uma desculpa para que Mary fosse morar com Brad. Brad cuidava de Mary como se ela fosse sua irmã. A mãe de Brad estava cada vez mais ausente em sua vida. Brad estudava até as 15h, fazia suas atividades à tarde, cuidava de Mary e a noite ia para o Bronkx aprender a ser um assassino profissional. Mary parecia ter se recuperado da dependência. Os próximos três meses de Brad foram péssimos. Não queria se acostumar com essa vida, mas era sua única alternativa para salvar Mary. Brad já havia terminado seu treinamento e realizado umas poucas missões para Iceman.
Brad agora era um homem frio. Só mostrava emoções para Mary e John. Isto o envelhecera muito. Passou o aniversário somente com Mary, John e sua mãe. Brad agora tinha dezessete anos e já havia matado dez pessoas. Mary e John nem desconfiavam de suas atividades noturnas, mas percebiam que Brad não era mais o mesmo. Em um belo domingo de dezembro, Brad chegou em casa depois de uma missão. Estava todo sujo de sangue. Ligou o computador e foi tomar banho. Era madrugada, Mary dormira no sofá com a Tv ligada. A mãe de Brad havia se mudado para casa de seu namorado. Depois do banho Brad, resolveu falar com algumas pessoas através de um chat. Foi aí que sua vida mudou, de novo.

sábado, 19 de junho de 2010

Anne

Aproveitem, e boa leitura! Próxima postagem em 25 de junho de 2010.


Capítulo Dois



Manhã de segunda-feira. Embora tivesse seguido as instruções de sua mãe e copiado o círculo de mensagem com precisão, pois sempre fora habilidosa com desenhos, suas perguntas ainda não haviam sido respondidas. Passara o domingo todo dormindo, pois tiveram uma longa madrugada junto com July.
Ainda não tinham se visto desde então e estava com medo da reação que sua amiga poderia ter agora que sabia de seu segredo. Ao chegar a escola, pode avista-la em frente à porta de entrada para o saguão. No momento em que lhe avistou a amiga correu em sua direção:
- Anne! Que bom vê-la. Eu tenho algo para lhe contar.
Anne ainda estava um pouco atordoada. Sabia que a amizade não seria mais a mesma, mas não esperava por esta atitude da amiga; talvez só tivesse sido pessimista de mais. Antes de qualquer outra coisa, abraçou-a com tal força, que ela acabou derrubando os livros. July entendeu e retribuiu o abraço com um sorriso.
- Obrigado July! É importante para mim.
- Eu sei. Por isso cheguei à escola mais cedo e fui à biblioteca.
- O que foi fazer na biblioteca?
- Procurar uma forma de te ajudar. Encontrei uma sessão de dicionários de língua antiga. Acho que com um pouco de estudo vou começar a aprender ler aquele livro. Encontrei outro livro estranho. Ele parece muito velho e possui alguns símbolos como o seu, mas não foi por isso que me pareceu estranho.
- Então?
- Ele não é catalogado na biblioteca.
- O que isso quer dizer?
- Talvez ele também seja do mundo de sua mãe.
Seus pensamentos começaram a flutuar, mas logo foram trazidos de volta ao chão pelos cochichos que começaram a tomar o salão. Todos olhavam para porta onde entrava um estranho garoto vestindo uma túnica vermelha, que mais parecia uma veste cerimonial de alguma sociedade secreta antiga.
Embora fosse o centro das atenções, avançava pelo corredor olhando para um ponto fixo sem dar a mínima atenção para os cochichos e risadinhas sobre sua pessoa. Só mudou o foco de sua atenção ao passar em frente às duas meninas, onde parou para lançar um longo olhar em Anne. No momento em que os pares de olhos se encontraram o mundo ao redor pareceu sumir. Anne sentia-se como em um mundo vazio onde eram os únicos habitantes.
Só voltou a si quando o garoto deu um breve sorriso e voltou novamente seu olhar e andar para o fim do corredor. Como por magnetismo, seus olhos ainda acompanharam-no até que sumisse no corredor que ia na direção da sala do diretor. Ali ficou perdido por alguns momentos até que percebesse o chamado da amiga.
- Anne! ANNE!
Balançou a cabeça e olhou para July:
- Pode me explicar o que acabou de acontecer aqui?
- Desculpe, eu não sei ao certo. Mas aquele garoto há algo de estranho nele.
- Além das roupas?
- Sim. É como se algo nele me fosse familiar.
- Eu acho que você só o achou bonito.
Anne corou. July deu um grande sorriso para a amiga e pegou-a pelo braço para que seguissem para sala de aula. As aulas da manhã passaram quase despercebidas pela garota. Como se não bastasse a ansiedade por resposta e a preocupação pela forma como Vanora havia se despedido, o olhar do garoto novo não saia de sua mente.
Na hora do almoço, como já haviam combinado, as duas comeram o mais rápido que puderam para que desse tempo de ir a biblioteca. A sessão onde o livro se encontrava era bem ao fundo e era restrita aos professores. July tinha conseguido se esconder lá por poucos minutos em uma distração da bibliotecária. Por isso tinham um plano. Ela distrairia à senhora mal-humorada, enquanto sorrateiramente, Anne se infiltraria na tal sessão e pegaria o livro. Já que não estava cadastrado, certamente não sentiriam sua falta.
Quando a amiga começou a enrolar a bibliotecária, esgueirou-se para trás da estante reservada. Começou a vasculhá-la com os olhos em busca do tal livro. Tinha que ser rápida, mas não tinha idéia de como poderia ser seu alvo. Não pode contar com uma descrição de July, pois a garota estava tão nervosa que havia se esquecido disso.
Ao tirar um livro mais grosso da prateleira, para examiná-lo, deparou-se com um par de olhos verdes fitando-a. Com o susto, derrubou o pesado livro no chão. O garoto saiu então do outro lado da prateleira com um livro vermelho e dourado nas mãos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Maldição Yamada

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem 23 de junho de 2010.



Depois de quase uma hora, mudando sempre o caminho para evitar ser seguido, Asashoryu chegou a sua casa, que ficava em um bairro mais afastado do núcleo urbano.
Morava no fim de uma pequena rua sem saída, que acabava bem em frente a sua saída de garagem. Era uma pequena casa de dois andares, bem simples, com um curto jardim e com o pátio dos fundos terminando em um bosque.
Morava sozinho, a não ser por sua gata de estimação: Maggie. Esta já acostumada pelas freqüentes ausências de seu dono. Só uma das duas casas vizinhas era ocupada. Por um casal de idosos que quase nunca apareciam no jardim, muito menos nas janelas, o que de certa forma, deixava o rapaz mais seguro.
Deixou a moto na garagem e entrou pela porta que levava à cozinha:
- Maggie, comida!
A gata apareceu rapidamente na cozinha e foi até seu prato que ficava ao lado da porta.
- Por sorte o tio John havia guardado um saco de ração no lugar de sempre, senão teria que se contentar com os ratos do porão.
Colocou um pouco da ração no pote da gata e o saco em cima da mesa. Foi até o telefone e ligou para a costumeira pizzaria. Foi até a sala e pegou um charuto na caixa que mantinha em cima da mesa de centro, depois voltou à garagem. Puxou uma mesa baixa, tapada com uma lona preta para mais perto da moto e logo em seguida colocou um pequeno banco entre as duas.
Abriu um baú, que ficava em um dos cantos da garagem, que guardava pilhas de jornal, da onde tirou algumas folhas para cobrir todas as partes que não eram metálicas da moto. Depois, destapou a mesa revelando uma mesa de pintura. Escolheu uma das latas de tinta vermelha e colocou na pistola de pintura, ao mesmo tempo em que a campainha tocou. Ligou o compressor de ar da mesa e foi atender a porta:
- Você?
Realmente não espera ver a mesma mulher que salvara no inicio da noite em sua porta, ainda mais entregando sua pizza.
- Er...Oi?
Tentou fechar a porta, mas o pé da moça o impediu:
- Espere. Eu trouxe sua pizza.
Abriu novamente a porta e tentou alcançar a comida, mas novamente foi impedido:
- Me deixe entrar que eu lhe deixo comer.
O sorriso dela jamais teria o convencido, se não fosse o barulho de seu estômago estar tão perceptível.
- Droga! Vamos logo com isso então!
O rapaz se afastou da porta deixando a “intrusa” entrar. Ao entrar, a moça pode ver como apesar da bela aparência externa, a realidade da casa era outra. Havia poucos móveis e pela espessura da poeira, ela não deveria ser limpa a um bom tempo.
A casa possuía três cômodos no andar de baixo, a cozinha que era separada do que deveria ser a sala por uma bancada baixa. Além dela e dos armários presos a parede, uma geladeira antiga e um pequeno fogão faziam parte do lugar.
No que deveria ser uma sala, somente uma poltrona, uma televisão, uma mesa de centro e um pequeno abajur. O outro cômodo estava vazio, exceto por algumas folhas de jornal, já amarelado, espalhadas pelo chão e uma escada para o andar superior.
Enquanto analisava a casa, não percebeu que o dono não estava mais a vista e que um alto barulho havia sumido. Só abandonou sua admiração pelo lugar quando a porta que levava a garagem bateu e um gato passou por suas pernas em direção a escada.
- Enfim, veio aqui por algum motivo, ou só queria ficar parada em uma sala estranha com uma caixa de pizza na mão?
- Você é sempre grosso assim?
- Não, somente quando o entregador pede pra entrar.

Mephisto

Aporveitem e boa leitura! Próxima postagem 21 de junho de 2010

- Muito bem. Podemos conversar agora. Tome seu drink.
- Eu não bebo. - Brad empurrou o copo na direção de Iceman - Agora me diga o que quer?
- Bem. Sua amiga está me devendo uma grande quantia de dinheiro... - O homem bebe um gole do copo e depois fica girando-o para mexer o gelo - Ela está trabalhando no clube para quitar esta dívida, mas o que ganho com ela mal dá para pagar as drogas da semana. Ela ainda tem muita droga atrasada.
- De quanto estamos falando?
- Muito dinheiro. Dinheiro demais para um moleque como você poder pagar. Mas não importa, não quero dinheiro mesmo.
- O que você quer então?
- Ajuda. Estou com uns “certos probleminhas” e preciso de um jovem corajoso para me ajudar.
- Ajudar em que exatamente?
- Tem um policial que está no meu encalço. Ele tem algumas poucas provas sobre meu negócio e isso está me incomodando.
- E o que você quer que eu faça?
- Cuidado com os modos garoto! Olhe para o balcão. Olhe com cuidado.
Brad olha para o balcão com mais atenção e agora consegue ver que um dos bêbados está apenas deitado sobre o balcão para disfarçar que está com uma arma.
- Está apontada para sua amiguinha. Ou conversa comigo civilizadamente ou teremos miolos no café amanhã. O que achas?
Brad engole mais um pouco de sua raiva e tenta se acalmar.
- Tudo bem. No que posso ajudá-lo?
- Bom. Eu pesquisei e descobri que o filho deste policial estuda no colégio de vocês. Eu preparei este livro para ele.
Iceman coloca o livro da constituição americana sobre a mesa. Brad pegá-o e prepara-se para abrir quando Iceman coloca a mão sobre a capa.
- Não faça isso garoto. Tem C-4 o suficiente pra acabar com o quarteirão aí dentro. O que você precisa fazer é levar este livro e colocá-lo na mochila do garoto. O nome dele é Daniel Smith. Estuda na sala do lado da sua. Fácil não?
- Você quer que eu coloque explosivos na mochila de um garoto da minha escola? Você só pode estar louco!
- É isso ou a vida de sua amiguinha! O que prefere?
- Não vou fazer isso. De jeito algum.
- Onde prefere o tiro? Na cabeça ou no coração?
Quando Brad olha para o suposto bêbado novamente vê que ele está engatilhando a arma. Mary está de costas no momento.
- Seria uma lástima se sua amiga morresse agora. Provavelmente eu teria que fechar este clube, mas eu tenho mais seis. Não faria muita diferença.
Brad levanta-se. Olha para Mary só de calcinha dançando no palco, olha para a arma preste a disparar, olha para o livro. Muitas coisas passam pela sua cabeça agora. Brad não pode matar uma família toda, mas também não pode deixar a irmã de seu melhor amigo morrer.
- Tudo bem. Eu levo o livro.
- Ótimo. Assim que a missão estiver completa volte ao clube e conversaremos. Tenho que ir agora. - o homem bebe o último gole de seu wisky, levanta-se, acena com a cabeça e saí.
Brad fica com o livro e seu copo de wisky sobre a mesa. Seu olho se enche de lágrimas. Ele bebe todo o wisky de uma vez só. Pega o livro e vai em direção do palco. Depois de subir no palco, Brad tira o sobretudo e enrola Mary nele. Agora que ela percebeu sua presença. O público começa a reclamar, mas Brad não dá ouvido e carrega Mary para fora. Brad só parou quando já estava a uns duzentos metros do clube. Mary não falou nada até ali.
- Desculpe Brad. Estou tão envergonhada. Nunca pensei que alguém saberia.
- Onde você estava com a cabeça? Como pode se envolver com essa gente?
- ...
Brad estava com muita raiva. Queria gritar, chacoalhar e bater em Mary. Seus olhos brilhavam de lágrimas. Foi quando Brad olhou para o rosto da menina e viu dois fios prata correndo de seus olhos. Na hora Brad sentiu um peso na alma. Não podia descontar na pobre Mary. Ela era uma vítima. Brad abraçou a menina.
- Coloque as mangas do sobretudo e feche. Vou levá-la pra casa.
- Não. Eu não posso chegar em casa assim.
- Mas sua mãe ficará preocupada se você não voltar!
- Tudo bem! Eu falei que dormiria na casa de uma amiga.
- Bom... Neste caso... Vamos pra minha casa. Você precisa de um banho e roupas.
- Tudo bem. Obrigado, Brad. Você é um anjo!
Mary deu um suave beijo no rosto de Brad. Depois, vestiu as mangas do sobretudo e fechou. Eles já haviam chegado à parada de ônibus. Ao chegarem em casa, Mary foi tomar banho. A mãe de Brad não estava em casa. Tinha ido à casa do namorado. Brad esquentou o jantar e, enquanto Mary comia, Brad levou o livro até seu quarto. Largou-o na cama e ficou olhando para ele por alguns instantes. De repente, Mary bateu na porta. Brad colocou o livro na mochila e foi atender. Mary queria dormir. Brad arrumou sua cama para ela e foi dormir na sala com sua mochila.

Anne

Aproveitem e boa leitura! Próxima postagem em 19 de julho de 2010.



Caminhou alegremente pela rua durante os vinte minutos que a separavam do único shopping da cidade. Encontrou alguns dos amigos na praça de alimentação. Todos pareciam ainda um pouco magoados com ela, mas depois de alguns minutos de conversa e risadas essa sensação passou. Apesar de confiar em muitos deles, Anne esperava ansiosamente a chegada de July, pois acreditava que só ela ouviria sem desdém sobre os acontecimentos da noite.
Quando esta chegou, levou-a para um canto mais afastado dos outros e contou-lhe tudo. Desde o sonho com o bebê no laboratório até a fada fugitiva, que posteriormente visitou seu quarto revelado ser sua mãe. A primeira reação de July foi verificar se a amiga não estava febril. Depois se sentou um pouco confusa em uma cadeira:
- Anne, eu conheço você há anos e sei que não inventaria uma história maluca dessas, mas tem certeza que tudo não passou de um sonho?
- Eu sei o que foi sonho e o que foi realidade.
- Desculpe, não quis deixa-la irritada. Mas uma fada? Isso me parece um pouco de mais.
- Se não acredita deveria ir dormir na minha casa hoje. Talvez ela reapareça.
Depois do convite aceito que a menina se deu conta que poderia ser ainda pior. Se Vanora não aparecesse, July com certeza acharia que a amiga tinha fantasiado tudo e ela passaria por mentirosa. Ficou pensando nisso durante o caminho de volta para casa.
Depois de fazer uma pequena refeição na cozinha, avisou seus pais sobre a visita de sua amiga e subiu para tomar banho e arrumar seu quarto. A amiga chegou próxima a hora do jantar. Conversaram um pouco no quarto e depois desceram para se juntar à família. Jantaram, conversaram na sala e até viram um filme, todos juntos. Depois seu irmão subiu a muito custo para tomar banho e ir para cama, levado por sua mãe e o pai foi deitar-se em sua cama.
As meninas ficaram mais um pouco na sala para desenharem, passatempo comum as duas. Viram novamente a família apenas para dar-lhes boa noite e esperaram até que a casa ficasse em silêncio para subirem e examinarem o tal livro. As duas vestiram suas roupas de dormir e então pegaram o livro de sua caixa. Ficaram quase uma hora tentando descobrir como funcionava. Anne tentou abraça-lo, chacoalhar, abrir, folhear e mais inúmeras coisas, tanto de luz acesa como apagada, mas nada surtiu efeito.
Depois de mais alguns minutos desistiram e foram dormir. July havia sido compreensiva e tentou animar a amiga que ficara muito abatida e frustrada. Quando estavam quase pegando no sono, um suave ruído lhes chamou atenção. O barulho vinha de baixo da cama e só cessou quando Anne tirou o livro de sua caixa. A mesma luz brilhante da noite anterior começou a surgir no mesmo local.
Anne sentou animada na cama com July assustada ao seu lado. Mais alguns momentos e a bela imagem de Vanora estava em sua frente, porém com uma diferença. Parecia um pouco mais velha e tinha o ombro esquerdo enfaixado devido a um ferimento. Novamente sua voz suave e terna invadiu o quarto como uma leve brisa de primavera:
- Boa noite, minha pequena Lucine. Talvez não tão pequena. Peço que me desculpe pelos erros da mensagem anterior, mas eu realmente esperava que este livro chegasse as suas mãos no seu décimo aniversário, mas pelos meus cálculos você deve estar agora beirando os dezesseis anos. Deve ser uma linda jovem, disto não duvido, mas preocupo-me com a passagem de tanto tempo. Terei menos tempo para lhe por a par de tudo e ensinar-lhe tudo que precisa para que a profecia se cumpra.
Neste ponto um feixe de luz iluminou as costas da fada ao mesmo tempo em que um estrondo interrompeu suas palavras:
- Me perdoe, querida, mas como pôde notar não tenho mais tempo. Entrarei em contato assim que possível e começaremos a deixar tudo mais claro, assim como suas aulas. Por favor, aproxime-se, tenho duas coisas para lhe entregar.
Anne saltou da cama rapidamente e foi até ela. Ao chegar ao seu lado, viu a bela figura tirar uma pena dourada de seu cabelo e entregou-lhe:
- Use esta pena encantada para comunicar-se comigo. Apenas escreva o que deseja em um pergaminho qualquer e termine com o selo de mensagem. Eu receberei seu recado no mesmo instante.
Pegou a pena.
- Deve estar se pergunto o que será o selo de mensagem. Bom isto se responde com meu segundo presente.
Vanora aproximou o rosto da orelha de Anne e recitou um breve encantamento. Como uma porta que se abre, a mente da menina parecia ter sido destrancada. Ao olhar novamente para o livro, conseguiu distinguir os símbolos e até mesmo entende-los. Agora podia ter certeza de que era realmente Lucine, a única filha de Vanora. Só faltava compreender sua missão e porque estava naquele mundo longe de sua mãe.
- Tenho que ir agora, minha filha. Aguardo uma mensagem para ter certeza de que minha missão de hoje teve êxito. Até breve, Lucine.
A fada sumiu do mesmo modo que surgiu. Anne sentou na cama e apanhou o livro. Começou a folheá-lo depressa em busca do que precisava. Parou em uma página logo no começo, onde havia um pequeno círculo, preenchido por mais um menor. Entre eles quatro runas estavam dispostas simbolizando os quatro pontos cardeais. No centro uma runa maior, que agora Anne podia ler como viagem.
July olhava para as ações da amiga assustada, pois esta já se punha em busca de algo que pudesse usar como tinta.

Desculpas

Caros leitores,

Antes da nova postagem, venho por meio deste, desculpar-me pelo abandono ao blog.
Acabei me envolvendo em muitas coisas ao mesmo tempo e acabei atrasando as postagens, por isso, quero avisar-lhes que as postagens se reduzirão a 3 vezes por semana.

Um prazo curto porém mais fácil de administrar e com menos margem para decepções.

Desculpem.

Luis Felipe Pessoa Soares.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Maldição Yamada

Segue a penultima parte do primeiro capítulo das aventuras de Yamada!

Aproveitem e boa leitura!


Um dos policias, notando a mesa do fundo ocupada, bateu de leve no ombro do Sargento, apontando com a cabeça. O policial apenas acenou com a cabeça.
- Vamos dar uma olhada no bar. Pode continuar seus afazeres.
O líder e outro policial seguiram para a mesa do fundo, enquanto os outros se dividiram para falar com as outras três pessoas que haviam entrado a pouco no lugar.
A garrafa sobre a mesa já estava vazia, assim como o copo. O jornal estava levantado, cobrindo o rosto de quem quer que estivesse ali. Uma tênue fumaça subia por trás das folhas sem cor.
- Estamos procurando um homem. Pode responder algumas perguntas, senhor?
Nenhuma resposta foi ouvida. Mesmo parados ao lado da mesa, os dois policiais não conseguiam ver quem estava escondido ali:
- Estamos falando com você, atrás do jornal. Poderia fazer a gentileza de responder?
Mais uma vez não se ouviu resposta. O sargento perdeu então a paciência e puxou o jornal:
- Responda ou acabará preso homem!
Para a surpresa dos policiais, ninguém estava ali. O jornal estava apoiado no cinzeiro, junto com um toco de charuto, da onde vinha a fumaça.
- Droga! Aquele fil...
Smith notou que o proprietário havia ficado tão surpreso quanto ele, então foi imponente ao balcão:
- Onde ele está?
- Ele quem? Do que está falando, policial?
- Não me faça de palhaço, homem! – o policial batia forte na madeira. – Asashoryu, quem mais? Ele estava aqui, eu sei!
- Desculpe, mas você deve ter se enganado. Nunca ouvi o nome que mencionou.
Smith já estava explodindo de raiva e sabia que o velho estava lhe enganando.
- Homens, prendam este velhote por obstrução da lei!
- Você não tem como provar isso!
Os policiais não se moverem, como se aprovassem as palavras de John.
Enquanto isso, uma figura observava a movimentação da policia do lado de fora de uma das janelas:
- Hmpf. Depois não se sabe por que a criminalidade dessa cidade é tão alta. Esses caras não prenderiam um criminoso nem que ele entrasse por conta na viatura.
Com um sorriso de desdém nos lábios, Yamada se dirigiu para o estacionamento do outro lado da rua. O prédio tinha seis andares e era um antigo estacionamento abandonado, por isso Asashoryu o usava com freqüência.
Subiu caminhando até o terceiro andar, onde costumava deixar sua moto. Uma bela moto esporte preta, única herança de sua família além de sua arma. Subiu nela e começou a descer em baixa velocidade, para que o ronco do motor não chamasse atenção, porém, por azar, acabou chegando à saída no mesmo momento em que os policiais deixavam o bar:
- Sargento, é ele!
Sacando a arma, Smith tentou gritar para que parasse, mas seu alvo já virara a moto e acelerava para o interior do estacionamento:
- Atrás dele!
As duas viaturas, que estavam paradas em frente ao estabelecimento de John, arrancaram em alta velocidade subindo a antiga pista do prédio. Mais à frente, Yamada já chegava ao topo do prédio sem ainda encontrar uma saída para aquela situação.
Estava na borda, olhando para o prédio vizinho ao estacionamento, dois andares mais baixo. Virou a moto e foi novamente ao centro do andar. Quando as viaturas chegaram, viram Asashoryu acelerando sua moto na direção oposta. Fizeram uma barreira com os carros e desceram apontando suas armas para o homem.
- Você está sem saída! Renda-se ou abriremos fogo!
O homem olhou para trás com um sorriso maroto e então arrancou.
- Não disparem! – gritou o sargento correndo atrás da moto.
Ao chegar à borda, a moto decolou em direção ao prédio de quatro andares. O sargento só conseguiu chegar a tempo de ver seu fugitivo saltando do prédio para cima de um caminhão que passava e depois para o asfalto novamente. Ficou apenas observando até perder o veículo de vista.
- Central, aqui é Sargento Smith. Fugitiva em moto esporte preta, sem placa. Prioridade Dois. Câmbio final!
- Entendido sargento! Câmbio final!
O sargento ainda olhava para o local onde a moto sumira, pensando:
- Então você conseguiu escapar de novo, meu caro? Admito que desta vez você se superou, mas veremos até quando vamos continuar nessa brincadeira.
Um brilho dourado correu pelos olhos do sargento.