quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mephisto

Aporveitem e boa leitura! Próxima postagem 21 de junho de 2010

- Muito bem. Podemos conversar agora. Tome seu drink.
- Eu não bebo. - Brad empurrou o copo na direção de Iceman - Agora me diga o que quer?
- Bem. Sua amiga está me devendo uma grande quantia de dinheiro... - O homem bebe um gole do copo e depois fica girando-o para mexer o gelo - Ela está trabalhando no clube para quitar esta dívida, mas o que ganho com ela mal dá para pagar as drogas da semana. Ela ainda tem muita droga atrasada.
- De quanto estamos falando?
- Muito dinheiro. Dinheiro demais para um moleque como você poder pagar. Mas não importa, não quero dinheiro mesmo.
- O que você quer então?
- Ajuda. Estou com uns “certos probleminhas” e preciso de um jovem corajoso para me ajudar.
- Ajudar em que exatamente?
- Tem um policial que está no meu encalço. Ele tem algumas poucas provas sobre meu negócio e isso está me incomodando.
- E o que você quer que eu faça?
- Cuidado com os modos garoto! Olhe para o balcão. Olhe com cuidado.
Brad olha para o balcão com mais atenção e agora consegue ver que um dos bêbados está apenas deitado sobre o balcão para disfarçar que está com uma arma.
- Está apontada para sua amiguinha. Ou conversa comigo civilizadamente ou teremos miolos no café amanhã. O que achas?
Brad engole mais um pouco de sua raiva e tenta se acalmar.
- Tudo bem. No que posso ajudá-lo?
- Bom. Eu pesquisei e descobri que o filho deste policial estuda no colégio de vocês. Eu preparei este livro para ele.
Iceman coloca o livro da constituição americana sobre a mesa. Brad pegá-o e prepara-se para abrir quando Iceman coloca a mão sobre a capa.
- Não faça isso garoto. Tem C-4 o suficiente pra acabar com o quarteirão aí dentro. O que você precisa fazer é levar este livro e colocá-lo na mochila do garoto. O nome dele é Daniel Smith. Estuda na sala do lado da sua. Fácil não?
- Você quer que eu coloque explosivos na mochila de um garoto da minha escola? Você só pode estar louco!
- É isso ou a vida de sua amiguinha! O que prefere?
- Não vou fazer isso. De jeito algum.
- Onde prefere o tiro? Na cabeça ou no coração?
Quando Brad olha para o suposto bêbado novamente vê que ele está engatilhando a arma. Mary está de costas no momento.
- Seria uma lástima se sua amiga morresse agora. Provavelmente eu teria que fechar este clube, mas eu tenho mais seis. Não faria muita diferença.
Brad levanta-se. Olha para Mary só de calcinha dançando no palco, olha para a arma preste a disparar, olha para o livro. Muitas coisas passam pela sua cabeça agora. Brad não pode matar uma família toda, mas também não pode deixar a irmã de seu melhor amigo morrer.
- Tudo bem. Eu levo o livro.
- Ótimo. Assim que a missão estiver completa volte ao clube e conversaremos. Tenho que ir agora. - o homem bebe o último gole de seu wisky, levanta-se, acena com a cabeça e saí.
Brad fica com o livro e seu copo de wisky sobre a mesa. Seu olho se enche de lágrimas. Ele bebe todo o wisky de uma vez só. Pega o livro e vai em direção do palco. Depois de subir no palco, Brad tira o sobretudo e enrola Mary nele. Agora que ela percebeu sua presença. O público começa a reclamar, mas Brad não dá ouvido e carrega Mary para fora. Brad só parou quando já estava a uns duzentos metros do clube. Mary não falou nada até ali.
- Desculpe Brad. Estou tão envergonhada. Nunca pensei que alguém saberia.
- Onde você estava com a cabeça? Como pode se envolver com essa gente?
- ...
Brad estava com muita raiva. Queria gritar, chacoalhar e bater em Mary. Seus olhos brilhavam de lágrimas. Foi quando Brad olhou para o rosto da menina e viu dois fios prata correndo de seus olhos. Na hora Brad sentiu um peso na alma. Não podia descontar na pobre Mary. Ela era uma vítima. Brad abraçou a menina.
- Coloque as mangas do sobretudo e feche. Vou levá-la pra casa.
- Não. Eu não posso chegar em casa assim.
- Mas sua mãe ficará preocupada se você não voltar!
- Tudo bem! Eu falei que dormiria na casa de uma amiga.
- Bom... Neste caso... Vamos pra minha casa. Você precisa de um banho e roupas.
- Tudo bem. Obrigado, Brad. Você é um anjo!
Mary deu um suave beijo no rosto de Brad. Depois, vestiu as mangas do sobretudo e fechou. Eles já haviam chegado à parada de ônibus. Ao chegarem em casa, Mary foi tomar banho. A mãe de Brad não estava em casa. Tinha ido à casa do namorado. Brad esquentou o jantar e, enquanto Mary comia, Brad levou o livro até seu quarto. Largou-o na cama e ficou olhando para ele por alguns instantes. De repente, Mary bateu na porta. Brad colocou o livro na mochila e foi atender. Mary queria dormir. Brad arrumou sua cama para ela e foi dormir na sala com sua mochila.

Nenhum comentário:

Postar um comentário